terça-feira, 20 de outubro de 2009

Radicalismo

Enquanto presenciava uma produtiva discussão proporcionada por uma mesa redonda, um dos membros que compunha a mesa utilizou-se da seguinte colocação de um famoso colunista: "O número de pessoas que acreditam no Criacionismo aumenta à medida que mais ateus fundamentalistas surgem".
Religiosos são muitas vezes ligados ao fundamentalismo, experimentando o mais profundo e irracional da crença cega em algo que não existe. São os famosos "fanáticos". E os fanáticos irritam. E como irritam. Mas ser ateu não salva de também ser fanático. Muitos são tão incovenientes que ao invés de tentarem trazer a "luz da ciência" para aqueles que pairam na cegueira da ignorância ou permeiam ainda na zona da dúvida, acabam por realçar ainda mais a "fé" daqueles indecisos. Afinal, não se tira o doce das mãos de uma criança sem por algo no lugar, caso contrário, vem o choro. As pessoas ainda são grandes crianças tolas, que sucumbem diante à falta de proteção. Por isso se apoiam em coisas que não vêem, que são ditas e repassadas de geração a geração.
Puxar a corda com força e de maneira repentina só faz os adversários caírem, ao invés de trazê-los para o outro lado. O extremismo não faz as coisas girarem em 360º tão repentinamente. Como citado anteriormente, grandes adultos tolos precisam aprender as poucos, serem educados mediante à paciência e persistência dos pais tolarentes. Não falo no tom "vamos fazer todos serem felizes e unidos", falo buscando um avanço, para que esta vida seja menos irritante e mais produtiva.

Radicalismo só gera mais radicalismo. E de radicais sem causa esta terra está cheia.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Fim de semana

Voltando ao bom e velho vício de assistir filme, baixei (já que primeiramente cinemas fechados por causa da gripe e segundo pois atualmente a qualidade dos filmes está deixando a desejar) filmes de diferentes épocas e estilos e a satisfação foi 100%. Difícil alcançar tal porcentagem, mas graças as inúmeras críticas direcionadas, não foi tão difícil montar a programação.
SUNSET BOULEVARD e ALL ABOUT EVE são clássicos do cinema, que no Brasil passaram a ser chamados de CREPÚSCULO DOS DEUSES e A MALVADA, respectivivamente. Ambos são de 1950 e disputaram o Oscar, levando a melhor ALL ABOUT EVE, embora a crítica tenha achado SUNSET BOULEVARD superior. Difícil escolher qual se sobressai, já que ambos são filmes complexos, diálogos inteligentes, bela direção e enredos até hoje atuais, sem contar com o brilho das divas do cinema. Só sei que recomendo a todos!
TUDO SOBRE MINHA MÃE é um ótimo filme, escrito e dirigido por PEDRO ALMODOVAR e as características do diretor estão lá o que garante a qualidade do filme. A história é um pouco mais leve, em comparação as tramas dos outros filmes de Almodovar, mas ainda choca e surpreende.
PRINCESS MONONOKE é uma animação japonesa do mestre Hayao Miysake linda, genial, intensa, surpreendente. Filme de gente grande!!!
E por fim, BRÜNO, o recente filme estrelado por SACHA BOHAM COHEN, choca e diverte do do início ao fim. É uma sequência de críticas a tudo e a todos! Hilário!


Nada como bons filmes no final de semana!

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Real


Após mais um dia de trabalho cansativo como repositor de estoque, segui meu caminho rumo a minha casa, como faço todos os dias, para depois comer a mesma refeição feita pela minha esposa, o mesmo jeito e tempero há 15 anos e me refiro tanto a comida quanto à Rosana, assistir a mesma programação (se não me engano passará algum filme do Jackie Chan na sessão das 10 horas) para no fim dormir e repetir a mesma rotina amanhã.
Quando chego na esquina da Rua Aflição com a Avenida Desespero (estou me aproximando de casa) eis que esbarro com um pequeno aglomerado de pessoas, com aqueles olhares curiosos e preocupados. Logo deduzo que não se trata de algum artista de rua chamando a atenção daqueles que trafegam, com suas peripécias e habilidades trazidas de algum interior da vida. levado pela curiosidade, tento enfiar minha cara entre alguns cidadãos para me somar ao grupo de pessoas e tentar entender o motivo da "reunião".
No centro da roda humana, encontra-se uma criança.. Pelas condições das roupas (ou chamaria de trapos) o menino deve ser mais um morador de rua. Mais o que esse mendigo tem que está prendendo a atenção de tantas pessoas? Sabemos que a coisa menos interessante a se encontrar na rua é com um mendigo. Quando vemos um, baixamos a cabeça, aceleramos os passos - Será que ele vai me assaltar? Vai pedir dinheiro? ixi, não quero pensar a respeito no que eu poderia ajudá-lo - Essa criança deve ter algo de especial, mas o que? Eis que uma senhora, gorda e com saia roxa até os calcanhares, grita, apontando para o garoto:
- Foi ele sim! Ele tentou me roubar!
Claro, tá explicado.
- Vocês não vão chamar a polícia?
- Mas senhora, ele tentou roubar sua sacola de pães (aponta para o saco de papel que a velha segura firme, tremula ainda por causa do susto) deve estar faminto...
Falou uma mulher de meia idade, explicitamente comovida com a situação.
- Que nada! Ele é um pivete! Ladrãozinho. Tem que levar mesmo é uma surra para ver se endireita!
Exclama tão revoltado um homem, que respingos de sua saliva ficam presos naquele bigode proeminente.
E agora? O que penso a respeito? devemos ou não chamar a polícia. Eu não estava preparado para isso. Já me conformava em chegar logo em casa e ter um pouco de silêncio! Eu mereço, trabalho pra burros, todos os dias, de segunda a sexta, das 8 horas às 18 horas, carregando caixas e mais caixas, de todas as cores e tamanhos. Por um lado o garoto tem razão, ele está faminto e provavelmente poucos realmente dariam comida para ele, alegando que a criança quer dinheiro para comprar drogas. Mas em compensção roubar é errado, é feio! Aí minha cabeça!
- Garoto, por que você fez isso?
Indagou um homem esguio, bem alto, e com um semblante de sensato. Parecia um daqueles juízes corretos que vemos nos filmes.
- Você tentou pegar os pães por que está com fome?
Continuou o esguio.
- Não.
Respondeu a criança, em um tom tímido e assustado.
- Eu sabia! É malandro mesmo!
Retrucou outro homem, um gordo, que tinha dificuldades para respirar e quase ficou sem voz na hora do berro.
- Então por que fez isso?
Perguntou o homem alto.
- Porque me pediram. dentro dessa sacola tem algo bem importante. Me falaram que a senhora pos algo muito valioso na sacola e está escondendo do verdadeiro dono.
- Mas que absurdo! Sou uma senhora de respeito! Como ousa me acusar desse jeito?
- Você tem consciência do que está falando garoto? (homem esguio. Estou começando a chamá-lo de homem sensato).
- Sim. Um homem me pagou 50 reais para...
O menino cai no chão e uma poça de sangue começa a se formar ao redor da sua cabeça. Todos se assustam e saem correndo. Só ficaram o senhor sensato e eu. A senhora gorda, se assusta e deixa cair a sacola do chão e sai correndo. da sacola saem rolando alguns pães e uma espécie de bracelete dourado do tamanho do meu punho com alguns cristais encrustados que parecem diamantes. Os pães ficam enxarcados ao caírem naquela poça de sangue daquela criança, que perdeu sua vida misteriosamente. O homem sábio olha para os lados a procura do possível responsável por enfiar uma bala na cabeça do menino. Eu, não consigo parar de olhar aquela cena. O sangue se espalhando pelo chão, os pães absorvendo lentamente aquele líquido vermelho e o bracelete brilhando no meio daquele fundo vermelho. Sem falar na criança, ali, morta. Muitos pensamentos passaram pela minha cabeça. Adrenalina a mil! Quem teria feito isso e por que? E qual a relação do bracelete com toda essa cena? Azar da criança que foi estar na hora errada. e a senhora? Escondendo uma jóia em uma sacola de pães. Mistério...
Seis horas depois, já na minha casa, não parava de pensar no que tinha acontecido. Eis que percebo que todos os sentimentos ruins que tinha ao voltar para casa tinham sumido. Eu estava feliz! Posso parecer rude, um monstro, mas quero agradecer aquela criança! Uau, que emocionante. São coisas que só vemos em filme e tive o privilégio de ver ao vivo, de verdade. Aconteceu mesmo. Quero agradecê-lo por me fazer fugir daquele dilema social (culpado ou inocente) porque no funfo o que importa não é ser bom ou mau, justo ou injusto, trabalhador ou preguiçoso. O que importa é a emoção, a adrenalina!

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Daydream


Embora mal compreendida por muitos, não há como negar a influência de Mariah Carey na música. A cantora não é tão importante quanto Beatles, Elvis ou Michael Jackson, mas conquistou seu espaço e criou um jeito de cantar e até na mistura de ritmos, como r&b e hip-hop, marca registrada de seus últimos cds, além de ser a pioneira nesta fusão. Seu impacto reflete o título ganho no final dos anos 90, como artista da da década e rainhas das rádios, ao colocar 19 primeiros lugares na parada mais importante do mundo,a Billboard, ficando, já nesta época, atrás apenas dos Beatles, no quesito NUMBER ONES.
Após a fase de sucesso, Mariah passou por 5 anos no ostracismo após lançar um cd no dia do atentado ao World Trade Center, além do término do namoro com Luís Miguel, o que acarretou em uma crise nervosa na cantora. Mas em 2005 ela retornou triunfante ao topo com o álbum "The Emancipation of Mimi", se tornando o mais vendido no ano e um dos singles, We Belong Together, se tornou o segundo que mais ficou em primeiro lugar na Billboard, (14 semanas) sendo que o primeiro lugar também pertence à Mariah, com a canção One Sweet Day (16 semanas) , do álbum Daydream.

Falando em Daydream, meu gosto pelo álbum de 1195, o quarto da carreira de Carey, é considerado por muitos como o melhor álbum da cantora e datou entre os 10 melhores de 1995 segundo a Academia de críticos dos Estados Unidos. Por que falar de Daydream, um álbum antigo, e não do Emancipation ou o mais recente E=MC2? Bom, é o que tentarei passar comentando as 12 faixas do ábum.

01. Fantasy: a faixa de abertura marca um ainovação musical. pela primeira vez uma cantora kistura r&b e hip-hop, um estilo que seria inevitável e Mariah antecipou. Fantasy é animada, divertida e sem dúvida uma das melhores canções up tempo da cantora. Nota: 9.0

02. Underneath the Stars: prosseguindo com uma canção sussurada, com belos falsetes e uma suave melodia. Nota: 8.5

03. One Sweet Day: uma bela canção em parceria com Boyz II Men, fala sobre a perda de alguém querido. Nela Mariah mostra sua forte habilidade em compor e construir uma bela melodia, cujo ápice é o refrão cantado poderosamente com a banda. Nota: 9.5

04. Open Arms: uma das baladas mais poderosas do cd. bela letra e refrão poderoso. Mariah usa sua incrível voz perfeitamente. Nota: 10

05. Always be my Baby: a doce balada tenta passar um ar de esperança, mesmo após o término do relacionamento, como explicita a letra. Uma balada delicada e deliciosa. Nota: 9.5

06. I Am Free: mais uma balada onde Mariah explora seu potencial vocal, em um refrão poderoso. Nota: 9.0

07. When I Saw You: mais uma poderosa balada. Refrão cativante, mas o ápice é a bridge da música, explosiva. Nota: 9.5

08. Long Ago: uma deliciosa balada r&b, com refrão apoaido pelos backings. Nota: 8.5

09. Melt Away: mais uma canção doce e suave. Música deliciosa, de se derreter ouvindo. Nota:9.0

10. Forever: preciosa fossa, corta pulsos, como só a Mariah sabe fazer. É de rasgar a garganta. Nota: 9.5

11. Daydream Interlude: momento dance, com fortes batidas influenciadas pela disco dos anos 80 e início dos anos 90, como não se vê mais hoje em dia. Nota: 8.5

12. Looking In: última e melhor canção do cd. A melodia desta música é tão linda e poderosa. Canção cantada com a alma. Nota: 10.0

Daydream fala de amor, oras de amores perdidos (Forever, One Sweet Day, Always be my baby), amores presentes (When I Saw You, Open Arms, Melt Away, Underneath Stars), de sonhos e superações (Fantasy, Looking In, I Am Free), do jeito que só Mariah sabe fazer: letras reias, palpáveis, e belas melodias. A bela, potente e eclética voz de Carey completa o brilhantismo desta obra. daydream é recomendado para aqueles momentos introspectivos, reflexivos e de apreciação de uma boa música. Conta com algumas das melhores baladas da carreira da cantora com voz de 5 oitavas. Sem dúvida um dos melhores trabalhos de Carey e um dos meus álbuns preferidos.

Nota final: 9.5

sábado, 4 de julho de 2009

Minos


Quem pode julgar o outro, já que todo mundo tem o rabo preso, já que ninguém é perfeito.?Todos julgamos. Todos somos hipócritas. Todos somos inúteis. Todos somos medíocres. Alguns tentam ser álguem para poder subjulgar o outro. Seria mais medíocre aquele que erra ou aquele que quer julgar o errado? Julgamos para tornar nossas verdades mais verdades? Já que quase nada neste mundo é absoluto, quanto mais pessoas adeptas de nossas verdades, mas verdades elas parecem. Então vamos desmerecer aqueles que não seguem nossas crenças, nossos objetivos. Vamos percorrer o caminho de nos transformar de animais a seres pensantes, limpos, organizados, politizados, éticos, trabalhadores, ostentadores, ambiciosos, fraternos, responsáveis. vamos julgar todos que fogem disso, para confirmar que somos sim seres especiais e não animais impulsivos, sujos, carnais, instintivos e famintos. Vamos julgar, vamos julgar, vamos julgar. Aponta o dedo para o outro! Não aponte o dedo para sua cabeça, não levante o polegar, não encoste o indicador nas temporas e nem feche os outros dedos. Não isso não pode. Isso é errado!

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Such a mess...


Às vezes nem eu me suporto. Tem manhãs em que sou um trem barulhento e em outras fico quieto no meu canto. Muitas vezes sou injusto com as pessoas ao meu redor. Há dias em que sou tão compreensivo e outros quero que o mundo me entenda mas não quero entendê-lo. De paciente a intolerante, me desmonto e espalho no chão e como é difícil depois juntar as peças... Um quebra-cabeça complexo ou apenas sem encaixe, faltando uma peça? Talvez esta tenha se perdido por aí, talvez esteja debaixo do sofá...
Sou uma bagunça, complicado de entender... Se eu mesmo não me entendo, o que esperar dos outros? Não posso esperar paciência e tolerância se muitas vezes não sou.
Mas essa bagunça que me tornei, é mais simples do que parece. É minha imagem, quem eu sou. Por mais sem sentido que pareça, essa bagunça é organizada. É o "intendível compreensível", a resposta pela qual eu busquei, por uma identidade. Eu sou essa bagunça! Posso definir meus sentimentos, sei quando são certos e errados. Fico feliz por ser assim, pois antes eu não passava de um vazio. Hoje eu sei que essa bagunça reflete independência, ordem e equilíbrio, por mais contraditório que isso pareça.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Sem complicações



Por que a vida tem que ser tão complicada? Teorias apontam que a causa de tanta complicação é criada pelo próprio homem. Como vi em um filme "tudo na natureza parece se encaixar, exceto o homem, a peça de fora". Acredito que, se as coisas, por nós impostas, fossem menos rígidas, a humanidade seria mais simples. Se deixassemos de acreditar em supertições e misticismo, se a forma com que nos relacionamos fosse menos rígida e menos cercada de regras, todos seriam mais "mente aberta" e as coisas talvez se resolvessem com mais facilidade. Mas ao contrário disso, preferimos nos prender às teias das complicações. Adoramos viver enrolados entre os nós do drama e caminhar as estradas mais confusas. Será a vida tão complicada devido à nossas mentes fechadas e pré-moldadas? O que a simplicidade traria? Seria algo tão ruim, anarquia, ao ponto de "ser necessário" vivermos cercados de imposições e relações difíceis, distantes? Ou será que o homem tem medo de juntar-se as coisas simples e seguir seu caminho, sem aparente sentido, mas prazeroso e honesto? Deveriamos viver como gostaríamos de viver. Não viver por viver, fazer por fazer, seguir por seguir, buscar por buscar. Vixe, acabei de me contradizer!! Que complicado...

domingo, 15 de março de 2009

Filme: Cidadão Kane


Recentemente fomos bombardeados com inúmeras listas, em sites, livros, programas, etc. Tais listas procuravam elencar aqueles livros, lugares, pratos, peças, filmes que deveriamos aproveitar antes de morrer. Tratando-se de filme, em grande parte das listas referidas aos longas mais importantes, Cidadão Kane encontra-se no topo de várias, sendo considerado, por muitos, como o melhor ou um dos melhores filmes já produzidos pela sétima arte. Então lá fui eu, assistir um filme de 1941, preto e branco, na expectativa de ou concordar com a crítica, ou sair desapontado por ter disperdiçado 2h da minha vida em um filme sem graça, antigo, entediante. Não são assim os filmes antigos? Após as 2h, precisei rever meus conceitos.
Cidadão Kane é um clássico. Uma real obra de arte. genial, do início ao fim. Inovador, audacioso, perfeito. Se hoje você se diverte assistindo filmes com grandes lances de filmagem, efeitos, direção, tudo só foi possível graças a audácia do jovem e genial diretor Orson Welles, que tinha um pouco mais de 20 anos, quando assumiu o roteiro e a direção do filme.
O filme narra a história de Charles Foster Kane, de construiu uma das maiores fortunas, estabelecendo um poderoso império jornalístico. Só que sua história de vida é contada de uma forma, até então, totalmente diferente, do ponto de vista de pessoas que conviveram com o magnata, explorando flashbacks e suas relações. O que se vê é seu perfil sendo explorado e exposto aos poucos, mostrando toda sua podridão, ambição e poder de manipulação. Kane tinha o poder da imprensa em suas mãos e tentava usá-la como bem o queria.
Outra estratégia genial da trama, é a busca pelo mistério de Rosebud, a última palavra proferida por Kane antes de morrer (o filme começa com um documentário anunciando a morte do magnata). Um repórter, que sai em busca do significado da palavra, acaba entrevistando algumas pessoas chaves, que são responsáveis por escancarar a vida e visão de Kane. Quanto ao mistério de Rosebud, trata-se de uma armadilha, em muitos sentidos.
Cidadão Kane é uma revolução em termo de roteiro, montagem e edição. Uma história contada de maneira grandiosa, audaciosa. Um enredo que se permanece atual, crítico, ácido. Uma abordagem subjetiva, repleta de cenas memoráveis, que exige muita observação para tentar extrair o que o diretor pretende transmitir. Um trabalho de gênio, que até hoje mantém-se no topo das melhores produções cinematográficas e nas mais controversas e complexas publicações do entretenimento.

Nota: 10,0

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Maratona Oscar: Slumdog Millionaire



Indicações ao Oscar:

Melhor Filme
Melhor Direção: Danny Boyle
Melhor Roteiro Adaptado
Melhor Trilha Sonora Original
Melhor Canção Original: Ja Ho
Melhor Canção Original: O Say a
Melhor Fotografia
Melhor Edição
Melhor Mixagem de Som
Melhor Edição de Som

Um garoto pobre, membro da numerosa e mais rebaixada casta da sociedade indiana, ganha 20 milhões de rúpias em um programa de perguntas e respostas. Como isso é possível? Seria sorte ou destino? São essas perguntas que desencadeiam a trama do simples, mas promissor, filme de Danny Boyle.
Slumdog Millionaire se passa na Índia e não trata-se apenas de um filme com uma ótima trama, mas de um expositor da realidade das castas inferiores. O jovem protagonista, desde sempre conviveu com a miséria, a violência, a frustração. Mas se engana quem pensa que Slumdog é um filme pessimista e com uma energia negativa. Pelo contrário! O filme realça a energia e brilho das pessoas que não deixam-se abalar pelas circunstâncias e tentam levar a vida da melhor maneira possível.
O filme tem ação, tem romance, cenas hilárias e outras fortes e chocantes. Além de entreter, o filme acaba levando muitas questões que farão o público a refletir sobre muitas situações. Existe destino? Sorte? Milagres? O que é necessário para ser feliz? Dinheiro? Amor? Sonhos? Conquistas?
O filme não conta com todos os aparatos técnicos, como os de Benjamin Button, mas acerta pela simplicidade. Simplicidade é a palavra chave para descrever o filme. Simplicidade nas filmagens, na trama, na vida das castas inferiores. Mas nem por isso erra. Mas uma lição que este filme carrega.
Claro que nem tudo é perfeito. Embora a trama seja interessante e empolgante, soa chiclê e meio improvável em muitas partes. Mas tudo isso é compensado pelo espírito da produção.
Slumdog Millionaire prova que simplicidade pode ser, muitas vezes, uma saída certeira e muito mais envolvente que grandes produções. O filme cumpre vários papéis como película, não apenas entretendo, porém também, informando, quebrando barreiras e colocando o público a refletir.

Nota: 9,0

Maratona Oscar: Dúvida


Indicações ao Oscar:

Melhor Atriz: Meryl Streep
Melhor Ator Coadjuvante: Philip Seymour Hoffman
Melhor Atriz Coadjuvante: Amy Adams
Melhor Atriz Coadjuvante: Viola Davis
Melhor Roteiro Adaptado

A primeira coisa que me chamou atenção em "Dúvida" foi assistir Meryl Streep e Philip S. Hoffman (dois dos atores que mais admiro) juntos em um filme. E não me espanto quando vejo que quase todas as indicações do filme, ao Oscar, são na área de atuação. Minhas espectativas pareciam não ser em vão: grandes atuações.
Dúvida, é uma adaptação de um peça, cuja protagonista, a irmã Aloysius (Meryl Streep), diretora de uma rigorosa escola católica no Bronx, acusa severamente o padre Flynn (Philip Seymour Hoffman) de ter abusado um aluno negro. os dois então, entram em um embate verbal para resolver o caso.
O roteiro é simples e sem muitos rodeios. Limpo, direto. O que prende são as brilhantes atuações, não só de Meryl e Philip, mas das coadjuvantes, mas marcantes, Amy Adams e Viola davis. Amy faz o papel de uma irmã que começa susapeitando do padre, mas pela falta de provas, começa a se questionar se ele é mesmo culpado. Viola faz a mãe da suposta vítima, que irá surpreender o público com algumas de suas colocações. Como o filme não tem ação, o clímax são as brigas verbais entre a intransigente irmã Aloysius e o padre suspeito. Durante o filme, ele dá fortes indícios de ser culpado e não. E a dúvida vai cercando não só os personagens, mas o público, e acaba desembocando em um final que não poderia ser melhor. Perfeito!
Dúvida é um bom filme, com uma trama sem muitas enrolações. Um elenco ótimo, que segura bem a cerca monotomia. Ideal para fãs de ótimas atuações e de uma trama cheia de mistérios. Até onde alguém pode ir por algo que acredita, ou não?

Nota: 8,0

Maratona Oscar: O Curioso Caso de Benjamin Button


Indicações ao Oscar:

Melhor Filme
Melhor Diretor: David Finscher
Melhor Ator: Brad Pitt
Melhor Artiz Coadjuvante: Tarija P. Henson
Melhor Roteiro Adaptado
Melhor Trilha Sonora Original
Melhor Direção de Arte
Melhor Fotografia
Melhor Mixagem de Som
Melhor Efeitos Especiais
Melhor Maquiagem

Melhor Figurino

Imagine uma pessoa que nasce velha e vai ficando mais nova á medida que os anos passam. Essa é a premissa do Curioso Caso de Benjamin Button. Brad Pitt encarna o homem com o destino diferente e o que parece ser o sonho de muita gente, ficar mais jovem com o passar do tempo, pode ser um grande desconforto.
O filme é uma fábula, contada de uma maneira deliciosa, que discute, de uma maneira diferente, a morte. A forma como Benjamin vê o mundo e vice-versa faz com que situações inusitadas se prolonguem pelas 3 horas de filmes. Algo semelhante à Forrest Gump: um homem especial excluído por muitos, mas amados por outros.
Em termos técnicos, o filme é impecável. A direção de David Finscher está ótima. A forma como o filme é contado, uma deliciosa narrativa, mescla com belas imagens e cenas mágicas. É um filme mágico. O único defeito é a longa duração, o que acaba ficando massante após o término da segunda hora.
As atuações são competentes. Brad Pitt segura muito bem a responsabilidade do papel principal. Cate Blanchet continua estonteante. Tarija Henson está bem no papel na mãe de Benjamin, mas não ao ponto de merecer uma indicação. O papel é meio clichê.
Enfim, Benjamin Button é um fime brilhante, impecável nos aspectos técnicos, mostrando que é possível usar o melhor em qualidade visual e sonora, sem cenas de ação, explosões e brigas. Apresentou uma sábia altenativa em como utilizar o que há de melhor em tecnologia cinematográfica. A trama é linda, mas pela longa duração do filme, perdi um pouco o foco, o que acaba comprometendo uma melhor assimilação do público. Mas provavelmente levará a maior parte dos prêmios técnicos, e provavelmente melhor filme e direção.

Nota: 8,5

Maratona Oscar: O Leitor


Indicações ao Oscar:

Melhor Filme
Melhor Diretor: Stephen Daldry
Melhor Atriz: Kate Winslet
Melhor Roteiro Adaptado

Melhor Fotografia


Kate Winslet está de volta, no drama "O Leitor". A trama do filme se desenrola em meio à Alemanha nazista, mas precisamente no final da 2ª Guerra Mundial. Só que o nazismo desta vez não é o foco principal. A história começa com Michael Berg (Ralph Fiennes, no futuro) relembrando sua paixão por Hanna (Kate Winslet), uma funcionário do estado. Ele a conheceu quando tinha apenas 15 anos e ela algo em torno dos 25. Eles começaram a ter um caso amoroso, mas uma boa proposta de emprego força Hanna a sair da cidade. Anos depois, Michael encontra Hanna no tribunal, sendo julgada por seus atos como nazista. É então que Michael e o público começam a se questionar se aquela pessoa, que ele ainda ama, pode ser capaz de tanta crueldade.
O foco do enredo é na relação do casal e depois nas atitudes do jovem Michael diante do julgamento de Hanna. Muitas águas irão rolar. Hanna é uma mulher muito reservada e um pouco rude, mas que esconde um lado delicado e apaixonante, que encanta o desengonçado garoto. Mas a relação entre eles podia ser mais explorada. Erros como esses são comuns, já que é difícil fazer uma boa adaptação de um livro para às telonas.
Mas há outro motivo para assistir o filme: Kate Winslet, como sempre, está ótima. Ela é sem dúvida uma das melhores atrizes da nova geração, se não a melhor. Ela consegue alternar bem entre a frieza e o sorriso melancólico de Hanna. Mas vou logo dizendo que não é o papel mais marcante da atriz, não por erros de Kate, mas por falhas no roteiro. Se ela levar o Oscar, o que é uma grande possibilidade, será pela carreira e merecimento desta brilhante atriz, e não por este papel, isoladamente.
O Leitor é um filme com uma boa trama, que guarda belas e não tão belas surpresas. Apesar do tema batido, a trama consegue se sobressair com a relação especial entre Michael e Hanna e com os acontecimentos após a separação do casal. Além disso, muitas vezes você vai se colocar no lugar de Michael, e então, concordar ou não com suas atitudes.
É uma bom filme, mas não merecia todo esse destaque, como melhor filme, direção e roteiro. Mas tem seus méritos.

Nota: 8,0

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Kriptonita


Somethings only the weak can fell...
But weakness does not make them servile
It's because they are weak, that they can develop kindness... and never look down on people.
That is where real human interacton comes from.
Everyone have weaknesses
Even you did at first.
Your weakness drew you to each others...
And made you grow strong.
Never forget those all fellings.
When you all lived together side by side.
(Elly - Xenogears)

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Nigredo


Ninguém nasce sabendo. Ninguém sabe a hora certa de mudar. Ninguém nasce mudado. No momento zero, no planeta Terra, somos uma página em branco. Uma página não, um livro. Alguns se limitam a serem apenas um livro infantil, de no máximo 20 páginas, letras granes, palavras simples, muitas figuras. Outros preferem ser enciclopédias, tratados, coletâneas. Não importa quantas páginas, mas sim o conteúdo, certo?
Naturalmente, ou não tão natural assim, as mudanças vêm. Muitas vezes é preciso permiti-las acontecer, outras vezes, elas nos acometem de uma maneira tão abrupta e irreversível. Será que alguém passa a vida sem sofrer alguma mudança? Não digo mudanças pequenas, mas aquelas que mudam o foco e o enredo da "história" que vai sendo escrita. Palavras, frases, textos são escritos com suor, sangue, lágrimas, sons, ruídos.
Dizem que é preciso perder algo para que se possa ganhar. As coisas só são valorizadas após o caos das crises. Rumos são construídos após desnorteios. Antigamente, acreditava-se que para uma pedra virar ouro, ela precisava passar por várias etapas, que permitiam a destruição do arranjo molecular da pedra e garantiriam a reestruturação molecular, tornando-se mais rígido e valioso. Putz, ouro é ultrapassado. Diamante então! O diamante é muito mais valioso e mais rígido e é composto apenas de ligações de carbono, o mesmo carbono que forma o grafite. Para transformar grafite em diamante seria necessário condições de transformação dificéis de se manter: 50000 atm a 800o C, para uma transformação lenta, ou temperaturas e pressões ainda mais altas, para transformações rápidas.
Mudanças são difíceis de se entender e acompanhar. Verdadeiras mudanças levam tempo para acontecer, talvez uma vida toda. Se é preciso perder, para poder ganhar, seria o "fundo do poço" um catalisador para essas transformações? Transformações que nos garantiriam mudar a conformação de pensar e ver o mundo, de grafite para diamante, ou também, de diamante para grafite.

Serviço "utilidade": Análise do álbum Tonight, do Franz Ferdinand


Franz Ferdinand é minha banda preferida e uma das bandas mais importantes do cenário atual. O álbum de estréia, Franz Ferdinand, foi considerado o melhor álbum de 2004. No ano posterior veio You Could Have It So Much Better, tão bom quanto o anterior. Agora, em 2009, chega o terceiro álbum de inéditas da banda.

1 - Ulisses: Música bem no estilo da banda. Rock dançante, envolvente, refrão vicioso. Nota: 9,0.

2 - Turn It On: Continua o estilo de batidas cativantes e letras deliciosas. Nota: 9,0.

3 - No You Girls: É boa, mas sabe quando falta algo? Poderia ser "huge'. Nota: 8,0

4 - Send Him Away: Começa bem, mas vai enfraquecendo... Nota: 7,5

5 - Twilight Omens: Outra música que desperdiça potencial e acaba se tornando meio parada, apesar das guitarras. Nota: 6,5

6 - Bite Hard: Uma música que empolga, no bom estilo Franz. Nota: 8,0

7 - What She Came For: Chata. Nota: 5,0

8 - Live Alone: Outra musica no estilo já conhecido da banda Nota: 8,0

9 - Can't Stop Felling: Outra que não empolga, só que desta vez não tem refrão pra salvar. Embora a batida seja boa. Nota: 7,0

10 - Lucid Dreams: Lembra Beatles (a maior parte das músicas do Franz são fortemente influenciadas pela banda de Paul McCartney) só que mais moderna. Mistura rock com eletrônico psicodélico. Nota: 7,5

11 - Dream Again: Música obscura. Calma, daquelas que nos obriga a sentar na janela e pensar na vida. Nota: 7,0

12 - Katherine Kiss Me: Música acústica, gostosa, para relaxar. Nota; 7,0

Tonight é um bom cd, mas não chega aos pés dos anteriores. Franz tentou inovar sua carreira rock indie, acrescentando batidas mais dançantes, e substituindo muitas vezes as guitarras por sintetizadores eletrônicos. Mas, a meu ver, a banda foi mal sucedida. Talvez eu estivesse esperando o bom e velho Franz de sempre, e acabei não aproveitando bem o cd. A produção é muita boa, mas como minha nota é conceitual, não me agradou tanto, como um todo. pelo menos Ulisses, Turn It On e Bite Hard. A prova que apesar de inovar, Franz se sai melhor no bom e velho "dirt rock". Continuo amando Franz!!! La la la la Ulissessss

Nota final: 7,2

OBS: Não é porque dei uma nota mais baixa pro Franz, que o cd não é tão bom, que por exemplo, o Circus de Britney, que dei 8,0. Não tem como comparar álbuns de gêneros diferentes e a nota que dou é conforme a proposta do álbum em relação ao gênero. Pop é pop, rock é rock, rap é rap e por aí vai.

Serviço "utilidade": Análise do álbum The Carter III, do Lil Wayne


Antes de mais nada detesto a maioria dos raps e rappers que vagam por esta terra. Rap é um gênero que não me agrada, salvo exceções. O único rapper que curto e acompanho é o Kanye West, que foge dessa mesmice de machismo, músicas sem melodias, bunda, gangster e por aí vai. Eis que aparece Lil Wayne, um rapper já estabelecido no meio. A primeiro vista, classifiquei-o como mais um rapper nojento. Mas depois de observar muitas críticas positivas a respeito deste álbum (até o World Wide Albuns, que é rigorosíssimo em suas análises, classificou o álbum como bom) resolvi saciar minha curiosidade e decidi dar uma chance pro tal Lil Wayne. Vamos lá!

1 - 3 Peat: começa "chegando" com uma letra que não foge muito do comum, avisando que teremos que aturá-lo, que é a vez dele, vez de "The Carter III": "They cant stop me...even if they stopped me ha ha", "it's tha Carter 3 bitch better put ya supper up", "Bitch watch me!" E não é que a música é boa!! Nada de mais, mas tem uma batida legal. Nota:8,0

2 - Mr. Carter: Talvez um alter-ego do pequeno Wayne. A batida aqui é mais leve, e o refrão dá lugar para uma voz mais melódica, não de Lil, mas de uma garota. Boa também. E tem um rap legal do Jay-Z e um rápido coral. Nota: 8,0

3 - A Mili: chata. O mesmo de sempre. Nota: 5,0

4 - Got Money: Tem T-Pain, o que já dá uma batida e um ritmo legal. Batidão. Ótima pra balada. Nota: 8,5

5 - Comfortable: o refrão segue uma melodia R&B na voz de Babyface. Batida R&B com rap. Ele até tira uma com a Beyoncé, se aproveitando do verso de Irreplaceable: "To the left to the left if you wanna leave be my guest, you can step feeling irreplacable listen to beyonce but ok ill put you out on your bday". Nota: 8,0

6 - Dr. Carter: Lil se diz "doutor" nesta área e tenta dar uma lição de moral na maioria dos rappers desqualificados. A letra é legal, ácida, mas a batida não me empolgou muito. Nota: 6,0

7 - Phone Home: Batidão!!!! Lil diz não ser igual a todos. Ele é um marciano, é um alien, é diferente. Para pirar! (A musica fala de piração) Nota: 8,0.

8 - Tie my Hands: Outra música com fortes influências R&B. É uma música calma, boa para relaxar, no bom estilo Outkast. Nota: 8,0.

9 - Mrs. Office: Mais uma canção que mistura R&B. Bom ritmo. Nota: 7,0.

10 - Let the Beat Build: Uma música no estilo Kanye West lógico que seria boa hehehe. Usa a boa técnica dos vocais secundários, tão empregada pelo Kanye. Só deveria ser mais curta, o que acaba caindo na repetição. Nota: 7,5.

11 - Shoot Me Down: Música comletra confusa. Batida mais lenta e forte. O refrão desta música é curto, mas tão bom e gostoso de ouvir. Nota: 8,5.

12 - Lolipop: É daquelas músicas com letra lixo, mas que não sai da cabeça. Nota: 8,0

13 - La la: Ruim. Nota: 4,0.

14 - Playing with Fire: Agora é a vez de misturar rap com metal. Ficou uma mistura legal, mas Lil pisou um pouco no ritmo do rap, que não aproveitou tanto o potencial do refrão metal. Nota: 7,5

15 - You ain't Got nuthin: Rap pesado. Não faz muito meu estilo e não tem nada de especial. Nota: 5,0

16 - Don't Get It: Mais uma mistura, agora com um rock, na verdade com refrão de uma música bem famosa, "Don't Let Me Be Misunderstood - The Animals" só que numa batida mais lenta. è boa. Nota: 8,o

Fim da análise e fico surpreso com o resultado. The Carter III é um álbum muito bom, com feats usados sabiamente, e procura fugir do comum. A mistura é a arma diferencial, e na maioria das vezes, Lil Wayne não soa tão fútil. Ele sabe como usar as rimas quando quer.

Nota final: 7,8

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Propósito


Será que existe um jeito certo de viver? Partindo do pressuposto que são desconhecidos a origem e objetivo da raça humana, podemos determinar o que é certo e errado, o que vale a pena e o que não vale? Não falo em relação as leis criadas pelo homem, já que servem apenas manter a "ordem" entre uma espécie que insiste viver em sociedade, talvez contrariando todos seus princípios como animais. Haverá sentido nas nossas vidas, um propósito, ou tudo é só um acaso, um jogo aleatório?
Se eu decidir viver na "escuridão" ao invés da luz, ou da penumbra, no final de minha vida, isso vai me classificar melhor ou pior do que aquele que seguiu por outro caminho? Essa classificação realmente importa? Sabendo que só temos uma vida, curta e frágil, e que a única certeza do mundo é a morte, seria melhor aproveitar o máximo possível, fortalecer o intelecto, viajar, conhecer pessoas novas, enriquecer, ou então nada disso faz sentido pois no fim haverá a morte nos esperando? Seria o prazer a única coisa a ser buscada e extraída dessa vida?

Não sabemos de onde viemos. Talvez essa vida tenha um propósito, talvez sejamos necessários para o equilíbrio deste mundo. Quem sabe estejamos contidos dentro de um sistema mais complexo, onde nossa existência é ínfima diante de outros seres mais superiores. Talvez haja vida em outros cantos no Universo... Ou então somos os únicos seres pensantes dentre todas as galáxias... Talvez nossa existência seja apenas um passo na escala da evolução, proposital ou acidental. Talvez a perpetuação da nossa espécie seja um erro, não deveríamos existir e por consequência deste "erro" o planeta está fadado as nossas ações desagrantes e devastadoras... Talvez sejamos nada, talvez sejamos tudo... Talvez sim, talvez não...


terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Preparados para a realidade?


Com a situação da crise econômica mundial, em meio ao clima de recessão, eis que surge um "herói," um salvador: Obama. Camisetas, posteres, adesivos, e-mais com arquivos powerpoint... É o fenômeno Obama. Outro dia ouvi uma frase: "É, vamos esperar que o Obama resolva" Simples assim.
E as possibilidades e consequências serão: se no fim der errado, as pessoas irão criticá-lo severamente, provavelmente haverá agravação dos problemas raciais nos EUA e novamente o poder republicano - religioso, tradicional e hipócrita - retomará a Casa Branca; se por outro lado, der certo, se acontecer esse "milagre" esperado pelas pessoas, Obama também será criticado, desta vez por fanáticos cérebro de amendoim, cuja alegação será de que Obama é na verdade o anticristo, que trás enganação aos povos. E assim as coisas continuam. Observe que nas duas consequências, há sempre o mundo místico e ilusório por de baixo dos panos, ou descoberto mesmo, escancarado.

O homem sempre está inconformado. Será que ele é inconformado pois não encara a realidade ou não encara a realidade pois é inconformado? É muito mais fácil depositar as esperanças e anseios nas coisas que não são terrenas. É mais fácil justificar que no fim o segredo é aguentar as coisas aqui que depois, na ló céu, tudo será repleto de glória e júbilos, do que arregaçar as mangas e ir para a luta.
É mais fácil esperar que um homem, igual a todos nós, faça um milagre, mágica, salve o mundo da crise, da fome, da guerra, da corrupção, do efeito estufa, da invasão alienígena, do diabo, faça todos prosperarem, traga paz, enquanto ficamos torcendo, animadamente e esperançosos por isso. É mais fácil esperar um príncipe encantado. É mais fácil rezar e pedir um emprego do que ir de porta em porta em busca de uma ocupação. É mais fácil acreditar na divina providência, criar saídas místicas que nos mantenham "satisfeitos" com nossa incapacidade e esmorecimento e que não forcem a ter que ir atrás para conseguir. É bom acreditar que a minha vida é desse jeito porque deus quer e não porque sou um incompetente, miserável, medíocre. A Verdade dói. realidade dói.

Quando se busca, ou se consegue ou não. Porém muitos não aguentam o NÃO. E o não é a metade das possibilidades do mundo real.
Não existe recompensa no mundo, a não ser aquela que você faz para si próprio. Ser um bom garoto não vai evitar com que eu morra em um assalto. Fazer bem para o vizinho não vai me garantir saúde. Se quer algo, vai ter que ralar muito. Satisfação pessoal, não recompensa.
Então, para que vou viver a realidade, dura e injusta, se tenho uma opção de viver um mundo que me oferece nada e consigo viver com isso? Depois dizem que é impossível para o homem viver com nada! Mas a maioria vive! Nada de sentido, nada de realidade.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Maratona Oscar: Frost/Nixon

Indicações ao Oscar 2009:
Melhor Filme
Melhor Diretor: Ron Howard
Melhor Ator: Frank Langella
Melhor Roteiro Adaptado
Melhor Edição

Frost/Nixon tem como ponto de partida o escândalo do Watergate, em 1972, quando o governo republicano do presidente Richard M. Nixon autoriza implantar escutas no prédio Watergate, onde trabalhavam democratas. O intuto era espionagem, envolvendo assuntos relacionados a guerra do Vietnã, e atender certos interesses. Acontece que as fitas das escutas vazaram e uma série de punições sucedeu-se, culminando no impeachment do presidente Nixon.
Quase três anos depois, Richard Nixon deu sua primeira entrevista após a renuncia, e escolheu o apresentador britânico David Frost como seu entrevistador. A trama do filme gira em torno dos bastidores e das gravações das entrevistas do programa.
O que impressiona no filme de Ron Howard é o rigor técnico. O filme, em alguns momentos, torna-se um documentário, com opiniões e desabafos dos personagens a respeito da entrevista. O longa, como um todo, é uma mistura de filme/documentário, transmitida de uma forma brilhante pelas experientes mãos de Ron Howard. O roteiro é assinado por Peter Morgan (A Rainha), e por tratar-se de um drama sem cenas de ação, o clímax são os diálogos e discussões entre Frost e Nixon. Tanto apresentador quando ex-presidente têm muito a ganhar e a perder conforme o desenrolar das entrevistas e por isso, as cameras transmitem não só uma tentativa de se entender o que realmente aconteceu no escândalo, mas também uma batalha de ego entre dois homens que têm muito em comum, apesar das divergências.
As atuações são ótimas e graças as performances de Frank Langella (Nixon) e Michael Sheen (Frost), o confronto e o interesse dos dois personagens são o que sustentam e exaltam a trama. Frank faz um convincente e rígido Nixon, enquanto Michael transparece a irreverência do apresentador Frost. O desenrolar dos acontecimentos reais, mais especificamente das entrevistas, culminaram em um dos momentos mais marcantes da televisão e da política americana.

Com muita técnica e roteiro inteligente, Frost/Nixon é um grande candidato às estatuetas e principalmente, um ótimo filme, com qualidade e conteúdo. Um filme difícil, que a maioria passará batida, mas muito satisfatório para aqueles que se dispuserem a assistir.

NOTA: 9,0

Maratona Oscar


O primeiro trimestre de cada ano é o melhor período para fãs de filmes mais, digamos, com conteúdo e com uma abordagem menos blockbusters. E boa parte desses grandes filmes são os que compõe a lista de indicados ao Oscar. Embora não tenha mais o mesmo rigor que antes, o Oscar ainda é o prêmio mais importante do cinema americano e por mais que muitos torçam o nariz, acabam ao menos torcendo para que seu filme e/ou ator preferido leve a estatueta para casa.

Acompanhando a tradição do Oscar, tenho minha própria tradição, "A Maratona Oscar", onde procuro assistir os candidatos a melhores filmes e melhores performances principais e coadjuvantes, além dos roteiros. É uma oportunidade para assim assistir a cerimônia com mais emoção, estando por dentro das indicações e torcendo pelos meus favoritos. Além disso, embora muitas vezes os vencedores não sejam os ideias, os indicados, em sua maioria, são ótimos candidatos, logo acabo vendo ótimos filmes. A lista do Oscar facilita minha escolha, diante de inúmeros filmes disponíveis mensalmente.

Então vamos lá. Da lista, assisti três já (Frost/Nixon, Batman e O Curioso Caso de Benjamim Bunton). Faltam 11!!! Aos poucos vou colocando minhas opiniões sobra cada filme. Até breve!


quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Para além do bem e do mal


Era uma vez um garoto sonhador, que cresceu em um mundo controlado por um deus muito bondoso, mas que mandava para o inferno eterno todos aqueles que o desobedeciam. Esse deus havia criado tudo que cercava essa criança, todas as coisas. "Mas se deus criou todas as coisas, quer dizer que as coisas ruins também foram criadas por ele?" questionava sempre o menino. "Não, quem criou as coisas ruins foi o inimigo do deus" respondiam muitas pessoas "entendidas" do assunto. "Ok. As coisas ruins vêm do inimigo. Mas deus não criou ele também?" Nessas horas sobrancelhas da repreensão terminavam com a conversa.
E assim sucedeu-se. A criança foi crescendo neste mundo, seguindo os princípios deste deus, para no fim, não cair no inferno, um lugar terrível e de muito sofrimento. Anos se passaram e a criança, agora adolescente, encontrou uma forma confortável de lidar com isso, embora algumas coisas ela não entendesse. Desde muito novo, o menino tinha sonhos, sonhos grandes, mas que iam de encontro às vontades do bondoso deus. O que fazer com isso? Será que os sonhos não fazem parte do fenótipo da criança? Não seriam esses sonhos resultados da combinação de genes herdados? "Não. esses sonhos são vozes do inimigo".
Apesar disso, a vida do jovem garoto não deixava de ser uma aventura. Uma luta constante contra seres do mal, que tentam possuir teu corpo e destruir tua vida... vai dizer que isso não é excitante? Tá certo que o menino não podia controlar os elementos da natureza, nem levitar, mas podia dissipar as trevas com o poder da oração. O clássico priest.
Por mais alguns anos, a função de priest foi exercida e a luta contra o mal continuou. O garoto fazia parte de um grupo de soldados da luz que se reuniam para lutar contra o inimigo.
O mundo ao redor do jovem não importava. Ele não tinha muitos amigos, pois a maioria estava possuida pelas trevas. Trevas atraem trevas. Ele vivia num oasis, cercado por um gigantesco e árido deserto, que transpassava o horizonte. A vida no oásis era boa, mas não era suficiente. Talvez não houvesse nada além do deserto. Além do mar de areia, segundo a lenda, residia o reino das trevas. Muitos diziam ter ido até lá. Alguns voltaram com vida. Outros infelizmente não tiveram a mesma sorte. Mas não importava. Ele queria saber o que havia depois desssas terras. Ele não se conformava só com aquilo.
E então, em um ato de coragem e rebeldia, o garoto abandonou a terra abençoada e seguiu rumo ao desconhecido. Era claro, para os outros priests, que ele não ia resistir, que seria devorado pelo fogo. Mas ele não se importou e caminhou.
Durante anos, apenas caminhou no deserto aparentemente infinito. Não foi fácil. Calor durante o dia, frio durante a noite, criaturas perigosas e muitos saqueadores e enganadores. Mas o garoto não desistiu. Já não dava para voltar ao oásis. E continuou a andar.
E assim a aventura, do agora homem, continua, em busca do mundo além das areias. Ele tem esperanças. Não encontrou algum paraíso, mas também não avistou a torre do senhor das trevas. E embora tortuosa, ele se sente livre, capaz, maior e mais poderoso do que antes, pois ele conquistou sua liberdade, o poder de voar, não entre as nuvens, mas para além da imaginação, para além das amarras, na tentativa de encontrar o caminho para além do bem e do mal, pois tanto o bem quanto mal atrapalharam o jovem, durante muitos anos, a explorar o mundo real.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Feliz Mesmo Ano!


É janeiro, mês das resoluções, das novas oportunidades, do tentar de novo. Começa um novo ciclo, mas que na verdade não passa da boa e velha rotina. Gostamos de mascarar essa rotina, acreditando em novas oportunidades, que esse ano as coisas irão ser diferentes, promessas são cumpridas, para depois serem quebradas... "Segunda começo a dieta, eu prometo!" "Depois do carnaval vou me endireitar" "prometo estudar mais esse semestre" " Deste ano não passa meu curso de inglês!" E por aí vai.
Janeiro, sonhos aumentados, vontade revigorada, erros perdoados. Mas então vem fevereiro, março, abril... O tempo vai passando, as frustrações vão surgindo e quando percebe-se já é dia 31 de dezembro novamente...
Por que fazer promessas se sabemos que não vamos cumprir? Sei que faz parte de um ritual, mas já sabemos o resultado. Não estou querendo ser pessimista, mas pare e pense, quantas resoluções você cumpriu em sua vida?
As pessoas então desejam: Feliz Ano Novo! Paz, saúde, felicidades, amor, prosperidade!! Mas alguém por acaso deseja: Que neste ano você se liberte dos velhos costumes, alcance novos patamares, evolua como pessoa, cresça, siga para além do bem e do mal???
O segredo não é que você faz e sim o que você é. Não adianta querer fazer algo que sua pessoa não permite! EVOLUA! Liberte-se! Cresça! Busque desenvolvimento pessoal! Não permaneça na ignorância, pois é ela que nos atrela a mesmice. Perda as vendas que te cegam e permita-se ver um novo mundo, ver um novo ano! Que neste ano, você almeje, dentre vários coisas, evoluir como pessoa e sair da lama da ignorância. É isso que desejo a todos!