terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Maratona Oscar: Slumdog Millionaire



Indicações ao Oscar:

Melhor Filme
Melhor Direção: Danny Boyle
Melhor Roteiro Adaptado
Melhor Trilha Sonora Original
Melhor Canção Original: Ja Ho
Melhor Canção Original: O Say a
Melhor Fotografia
Melhor Edição
Melhor Mixagem de Som
Melhor Edição de Som

Um garoto pobre, membro da numerosa e mais rebaixada casta da sociedade indiana, ganha 20 milhões de rúpias em um programa de perguntas e respostas. Como isso é possível? Seria sorte ou destino? São essas perguntas que desencadeiam a trama do simples, mas promissor, filme de Danny Boyle.
Slumdog Millionaire se passa na Índia e não trata-se apenas de um filme com uma ótima trama, mas de um expositor da realidade das castas inferiores. O jovem protagonista, desde sempre conviveu com a miséria, a violência, a frustração. Mas se engana quem pensa que Slumdog é um filme pessimista e com uma energia negativa. Pelo contrário! O filme realça a energia e brilho das pessoas que não deixam-se abalar pelas circunstâncias e tentam levar a vida da melhor maneira possível.
O filme tem ação, tem romance, cenas hilárias e outras fortes e chocantes. Além de entreter, o filme acaba levando muitas questões que farão o público a refletir sobre muitas situações. Existe destino? Sorte? Milagres? O que é necessário para ser feliz? Dinheiro? Amor? Sonhos? Conquistas?
O filme não conta com todos os aparatos técnicos, como os de Benjamin Button, mas acerta pela simplicidade. Simplicidade é a palavra chave para descrever o filme. Simplicidade nas filmagens, na trama, na vida das castas inferiores. Mas nem por isso erra. Mas uma lição que este filme carrega.
Claro que nem tudo é perfeito. Embora a trama seja interessante e empolgante, soa chiclê e meio improvável em muitas partes. Mas tudo isso é compensado pelo espírito da produção.
Slumdog Millionaire prova que simplicidade pode ser, muitas vezes, uma saída certeira e muito mais envolvente que grandes produções. O filme cumpre vários papéis como película, não apenas entretendo, porém também, informando, quebrando barreiras e colocando o público a refletir.

Nota: 9,0

Maratona Oscar: Dúvida


Indicações ao Oscar:

Melhor Atriz: Meryl Streep
Melhor Ator Coadjuvante: Philip Seymour Hoffman
Melhor Atriz Coadjuvante: Amy Adams
Melhor Atriz Coadjuvante: Viola Davis
Melhor Roteiro Adaptado

A primeira coisa que me chamou atenção em "Dúvida" foi assistir Meryl Streep e Philip S. Hoffman (dois dos atores que mais admiro) juntos em um filme. E não me espanto quando vejo que quase todas as indicações do filme, ao Oscar, são na área de atuação. Minhas espectativas pareciam não ser em vão: grandes atuações.
Dúvida, é uma adaptação de um peça, cuja protagonista, a irmã Aloysius (Meryl Streep), diretora de uma rigorosa escola católica no Bronx, acusa severamente o padre Flynn (Philip Seymour Hoffman) de ter abusado um aluno negro. os dois então, entram em um embate verbal para resolver o caso.
O roteiro é simples e sem muitos rodeios. Limpo, direto. O que prende são as brilhantes atuações, não só de Meryl e Philip, mas das coadjuvantes, mas marcantes, Amy Adams e Viola davis. Amy faz o papel de uma irmã que começa susapeitando do padre, mas pela falta de provas, começa a se questionar se ele é mesmo culpado. Viola faz a mãe da suposta vítima, que irá surpreender o público com algumas de suas colocações. Como o filme não tem ação, o clímax são as brigas verbais entre a intransigente irmã Aloysius e o padre suspeito. Durante o filme, ele dá fortes indícios de ser culpado e não. E a dúvida vai cercando não só os personagens, mas o público, e acaba desembocando em um final que não poderia ser melhor. Perfeito!
Dúvida é um bom filme, com uma trama sem muitas enrolações. Um elenco ótimo, que segura bem a cerca monotomia. Ideal para fãs de ótimas atuações e de uma trama cheia de mistérios. Até onde alguém pode ir por algo que acredita, ou não?

Nota: 8,0

Maratona Oscar: O Curioso Caso de Benjamin Button


Indicações ao Oscar:

Melhor Filme
Melhor Diretor: David Finscher
Melhor Ator: Brad Pitt
Melhor Artiz Coadjuvante: Tarija P. Henson
Melhor Roteiro Adaptado
Melhor Trilha Sonora Original
Melhor Direção de Arte
Melhor Fotografia
Melhor Mixagem de Som
Melhor Efeitos Especiais
Melhor Maquiagem

Melhor Figurino

Imagine uma pessoa que nasce velha e vai ficando mais nova á medida que os anos passam. Essa é a premissa do Curioso Caso de Benjamin Button. Brad Pitt encarna o homem com o destino diferente e o que parece ser o sonho de muita gente, ficar mais jovem com o passar do tempo, pode ser um grande desconforto.
O filme é uma fábula, contada de uma maneira deliciosa, que discute, de uma maneira diferente, a morte. A forma como Benjamin vê o mundo e vice-versa faz com que situações inusitadas se prolonguem pelas 3 horas de filmes. Algo semelhante à Forrest Gump: um homem especial excluído por muitos, mas amados por outros.
Em termos técnicos, o filme é impecável. A direção de David Finscher está ótima. A forma como o filme é contado, uma deliciosa narrativa, mescla com belas imagens e cenas mágicas. É um filme mágico. O único defeito é a longa duração, o que acaba ficando massante após o término da segunda hora.
As atuações são competentes. Brad Pitt segura muito bem a responsabilidade do papel principal. Cate Blanchet continua estonteante. Tarija Henson está bem no papel na mãe de Benjamin, mas não ao ponto de merecer uma indicação. O papel é meio clichê.
Enfim, Benjamin Button é um fime brilhante, impecável nos aspectos técnicos, mostrando que é possível usar o melhor em qualidade visual e sonora, sem cenas de ação, explosões e brigas. Apresentou uma sábia altenativa em como utilizar o que há de melhor em tecnologia cinematográfica. A trama é linda, mas pela longa duração do filme, perdi um pouco o foco, o que acaba comprometendo uma melhor assimilação do público. Mas provavelmente levará a maior parte dos prêmios técnicos, e provavelmente melhor filme e direção.

Nota: 8,5

Maratona Oscar: O Leitor


Indicações ao Oscar:

Melhor Filme
Melhor Diretor: Stephen Daldry
Melhor Atriz: Kate Winslet
Melhor Roteiro Adaptado

Melhor Fotografia


Kate Winslet está de volta, no drama "O Leitor". A trama do filme se desenrola em meio à Alemanha nazista, mas precisamente no final da 2ª Guerra Mundial. Só que o nazismo desta vez não é o foco principal. A história começa com Michael Berg (Ralph Fiennes, no futuro) relembrando sua paixão por Hanna (Kate Winslet), uma funcionário do estado. Ele a conheceu quando tinha apenas 15 anos e ela algo em torno dos 25. Eles começaram a ter um caso amoroso, mas uma boa proposta de emprego força Hanna a sair da cidade. Anos depois, Michael encontra Hanna no tribunal, sendo julgada por seus atos como nazista. É então que Michael e o público começam a se questionar se aquela pessoa, que ele ainda ama, pode ser capaz de tanta crueldade.
O foco do enredo é na relação do casal e depois nas atitudes do jovem Michael diante do julgamento de Hanna. Muitas águas irão rolar. Hanna é uma mulher muito reservada e um pouco rude, mas que esconde um lado delicado e apaixonante, que encanta o desengonçado garoto. Mas a relação entre eles podia ser mais explorada. Erros como esses são comuns, já que é difícil fazer uma boa adaptação de um livro para às telonas.
Mas há outro motivo para assistir o filme: Kate Winslet, como sempre, está ótima. Ela é sem dúvida uma das melhores atrizes da nova geração, se não a melhor. Ela consegue alternar bem entre a frieza e o sorriso melancólico de Hanna. Mas vou logo dizendo que não é o papel mais marcante da atriz, não por erros de Kate, mas por falhas no roteiro. Se ela levar o Oscar, o que é uma grande possibilidade, será pela carreira e merecimento desta brilhante atriz, e não por este papel, isoladamente.
O Leitor é um filme com uma boa trama, que guarda belas e não tão belas surpresas. Apesar do tema batido, a trama consegue se sobressair com a relação especial entre Michael e Hanna e com os acontecimentos após a separação do casal. Além disso, muitas vezes você vai se colocar no lugar de Michael, e então, concordar ou não com suas atitudes.
É uma bom filme, mas não merecia todo esse destaque, como melhor filme, direção e roteiro. Mas tem seus méritos.

Nota: 8,0

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Kriptonita


Somethings only the weak can fell...
But weakness does not make them servile
It's because they are weak, that they can develop kindness... and never look down on people.
That is where real human interacton comes from.
Everyone have weaknesses
Even you did at first.
Your weakness drew you to each others...
And made you grow strong.
Never forget those all fellings.
When you all lived together side by side.
(Elly - Xenogears)

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Nigredo


Ninguém nasce sabendo. Ninguém sabe a hora certa de mudar. Ninguém nasce mudado. No momento zero, no planeta Terra, somos uma página em branco. Uma página não, um livro. Alguns se limitam a serem apenas um livro infantil, de no máximo 20 páginas, letras granes, palavras simples, muitas figuras. Outros preferem ser enciclopédias, tratados, coletâneas. Não importa quantas páginas, mas sim o conteúdo, certo?
Naturalmente, ou não tão natural assim, as mudanças vêm. Muitas vezes é preciso permiti-las acontecer, outras vezes, elas nos acometem de uma maneira tão abrupta e irreversível. Será que alguém passa a vida sem sofrer alguma mudança? Não digo mudanças pequenas, mas aquelas que mudam o foco e o enredo da "história" que vai sendo escrita. Palavras, frases, textos são escritos com suor, sangue, lágrimas, sons, ruídos.
Dizem que é preciso perder algo para que se possa ganhar. As coisas só são valorizadas após o caos das crises. Rumos são construídos após desnorteios. Antigamente, acreditava-se que para uma pedra virar ouro, ela precisava passar por várias etapas, que permitiam a destruição do arranjo molecular da pedra e garantiriam a reestruturação molecular, tornando-se mais rígido e valioso. Putz, ouro é ultrapassado. Diamante então! O diamante é muito mais valioso e mais rígido e é composto apenas de ligações de carbono, o mesmo carbono que forma o grafite. Para transformar grafite em diamante seria necessário condições de transformação dificéis de se manter: 50000 atm a 800o C, para uma transformação lenta, ou temperaturas e pressões ainda mais altas, para transformações rápidas.
Mudanças são difíceis de se entender e acompanhar. Verdadeiras mudanças levam tempo para acontecer, talvez uma vida toda. Se é preciso perder, para poder ganhar, seria o "fundo do poço" um catalisador para essas transformações? Transformações que nos garantiriam mudar a conformação de pensar e ver o mundo, de grafite para diamante, ou também, de diamante para grafite.

Serviço "utilidade": Análise do álbum Tonight, do Franz Ferdinand


Franz Ferdinand é minha banda preferida e uma das bandas mais importantes do cenário atual. O álbum de estréia, Franz Ferdinand, foi considerado o melhor álbum de 2004. No ano posterior veio You Could Have It So Much Better, tão bom quanto o anterior. Agora, em 2009, chega o terceiro álbum de inéditas da banda.

1 - Ulisses: Música bem no estilo da banda. Rock dançante, envolvente, refrão vicioso. Nota: 9,0.

2 - Turn It On: Continua o estilo de batidas cativantes e letras deliciosas. Nota: 9,0.

3 - No You Girls: É boa, mas sabe quando falta algo? Poderia ser "huge'. Nota: 8,0

4 - Send Him Away: Começa bem, mas vai enfraquecendo... Nota: 7,5

5 - Twilight Omens: Outra música que desperdiça potencial e acaba se tornando meio parada, apesar das guitarras. Nota: 6,5

6 - Bite Hard: Uma música que empolga, no bom estilo Franz. Nota: 8,0

7 - What She Came For: Chata. Nota: 5,0

8 - Live Alone: Outra musica no estilo já conhecido da banda Nota: 8,0

9 - Can't Stop Felling: Outra que não empolga, só que desta vez não tem refrão pra salvar. Embora a batida seja boa. Nota: 7,0

10 - Lucid Dreams: Lembra Beatles (a maior parte das músicas do Franz são fortemente influenciadas pela banda de Paul McCartney) só que mais moderna. Mistura rock com eletrônico psicodélico. Nota: 7,5

11 - Dream Again: Música obscura. Calma, daquelas que nos obriga a sentar na janela e pensar na vida. Nota: 7,0

12 - Katherine Kiss Me: Música acústica, gostosa, para relaxar. Nota; 7,0

Tonight é um bom cd, mas não chega aos pés dos anteriores. Franz tentou inovar sua carreira rock indie, acrescentando batidas mais dançantes, e substituindo muitas vezes as guitarras por sintetizadores eletrônicos. Mas, a meu ver, a banda foi mal sucedida. Talvez eu estivesse esperando o bom e velho Franz de sempre, e acabei não aproveitando bem o cd. A produção é muita boa, mas como minha nota é conceitual, não me agradou tanto, como um todo. pelo menos Ulisses, Turn It On e Bite Hard. A prova que apesar de inovar, Franz se sai melhor no bom e velho "dirt rock". Continuo amando Franz!!! La la la la Ulissessss

Nota final: 7,2

OBS: Não é porque dei uma nota mais baixa pro Franz, que o cd não é tão bom, que por exemplo, o Circus de Britney, que dei 8,0. Não tem como comparar álbuns de gêneros diferentes e a nota que dou é conforme a proposta do álbum em relação ao gênero. Pop é pop, rock é rock, rap é rap e por aí vai.

Serviço "utilidade": Análise do álbum The Carter III, do Lil Wayne


Antes de mais nada detesto a maioria dos raps e rappers que vagam por esta terra. Rap é um gênero que não me agrada, salvo exceções. O único rapper que curto e acompanho é o Kanye West, que foge dessa mesmice de machismo, músicas sem melodias, bunda, gangster e por aí vai. Eis que aparece Lil Wayne, um rapper já estabelecido no meio. A primeiro vista, classifiquei-o como mais um rapper nojento. Mas depois de observar muitas críticas positivas a respeito deste álbum (até o World Wide Albuns, que é rigorosíssimo em suas análises, classificou o álbum como bom) resolvi saciar minha curiosidade e decidi dar uma chance pro tal Lil Wayne. Vamos lá!

1 - 3 Peat: começa "chegando" com uma letra que não foge muito do comum, avisando que teremos que aturá-lo, que é a vez dele, vez de "The Carter III": "They cant stop me...even if they stopped me ha ha", "it's tha Carter 3 bitch better put ya supper up", "Bitch watch me!" E não é que a música é boa!! Nada de mais, mas tem uma batida legal. Nota:8,0

2 - Mr. Carter: Talvez um alter-ego do pequeno Wayne. A batida aqui é mais leve, e o refrão dá lugar para uma voz mais melódica, não de Lil, mas de uma garota. Boa também. E tem um rap legal do Jay-Z e um rápido coral. Nota: 8,0

3 - A Mili: chata. O mesmo de sempre. Nota: 5,0

4 - Got Money: Tem T-Pain, o que já dá uma batida e um ritmo legal. Batidão. Ótima pra balada. Nota: 8,5

5 - Comfortable: o refrão segue uma melodia R&B na voz de Babyface. Batida R&B com rap. Ele até tira uma com a Beyoncé, se aproveitando do verso de Irreplaceable: "To the left to the left if you wanna leave be my guest, you can step feeling irreplacable listen to beyonce but ok ill put you out on your bday". Nota: 8,0

6 - Dr. Carter: Lil se diz "doutor" nesta área e tenta dar uma lição de moral na maioria dos rappers desqualificados. A letra é legal, ácida, mas a batida não me empolgou muito. Nota: 6,0

7 - Phone Home: Batidão!!!! Lil diz não ser igual a todos. Ele é um marciano, é um alien, é diferente. Para pirar! (A musica fala de piração) Nota: 8,0.

8 - Tie my Hands: Outra música com fortes influências R&B. É uma música calma, boa para relaxar, no bom estilo Outkast. Nota: 8,0.

9 - Mrs. Office: Mais uma canção que mistura R&B. Bom ritmo. Nota: 7,0.

10 - Let the Beat Build: Uma música no estilo Kanye West lógico que seria boa hehehe. Usa a boa técnica dos vocais secundários, tão empregada pelo Kanye. Só deveria ser mais curta, o que acaba caindo na repetição. Nota: 7,5.

11 - Shoot Me Down: Música comletra confusa. Batida mais lenta e forte. O refrão desta música é curto, mas tão bom e gostoso de ouvir. Nota: 8,5.

12 - Lolipop: É daquelas músicas com letra lixo, mas que não sai da cabeça. Nota: 8,0

13 - La la: Ruim. Nota: 4,0.

14 - Playing with Fire: Agora é a vez de misturar rap com metal. Ficou uma mistura legal, mas Lil pisou um pouco no ritmo do rap, que não aproveitou tanto o potencial do refrão metal. Nota: 7,5

15 - You ain't Got nuthin: Rap pesado. Não faz muito meu estilo e não tem nada de especial. Nota: 5,0

16 - Don't Get It: Mais uma mistura, agora com um rock, na verdade com refrão de uma música bem famosa, "Don't Let Me Be Misunderstood - The Animals" só que numa batida mais lenta. è boa. Nota: 8,o

Fim da análise e fico surpreso com o resultado. The Carter III é um álbum muito bom, com feats usados sabiamente, e procura fugir do comum. A mistura é a arma diferencial, e na maioria das vezes, Lil Wayne não soa tão fútil. Ele sabe como usar as rimas quando quer.

Nota final: 7,8

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Propósito


Será que existe um jeito certo de viver? Partindo do pressuposto que são desconhecidos a origem e objetivo da raça humana, podemos determinar o que é certo e errado, o que vale a pena e o que não vale? Não falo em relação as leis criadas pelo homem, já que servem apenas manter a "ordem" entre uma espécie que insiste viver em sociedade, talvez contrariando todos seus princípios como animais. Haverá sentido nas nossas vidas, um propósito, ou tudo é só um acaso, um jogo aleatório?
Se eu decidir viver na "escuridão" ao invés da luz, ou da penumbra, no final de minha vida, isso vai me classificar melhor ou pior do que aquele que seguiu por outro caminho? Essa classificação realmente importa? Sabendo que só temos uma vida, curta e frágil, e que a única certeza do mundo é a morte, seria melhor aproveitar o máximo possível, fortalecer o intelecto, viajar, conhecer pessoas novas, enriquecer, ou então nada disso faz sentido pois no fim haverá a morte nos esperando? Seria o prazer a única coisa a ser buscada e extraída dessa vida?

Não sabemos de onde viemos. Talvez essa vida tenha um propósito, talvez sejamos necessários para o equilíbrio deste mundo. Quem sabe estejamos contidos dentro de um sistema mais complexo, onde nossa existência é ínfima diante de outros seres mais superiores. Talvez haja vida em outros cantos no Universo... Ou então somos os únicos seres pensantes dentre todas as galáxias... Talvez nossa existência seja apenas um passo na escala da evolução, proposital ou acidental. Talvez a perpetuação da nossa espécie seja um erro, não deveríamos existir e por consequência deste "erro" o planeta está fadado as nossas ações desagrantes e devastadoras... Talvez sejamos nada, talvez sejamos tudo... Talvez sim, talvez não...


terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Preparados para a realidade?


Com a situação da crise econômica mundial, em meio ao clima de recessão, eis que surge um "herói," um salvador: Obama. Camisetas, posteres, adesivos, e-mais com arquivos powerpoint... É o fenômeno Obama. Outro dia ouvi uma frase: "É, vamos esperar que o Obama resolva" Simples assim.
E as possibilidades e consequências serão: se no fim der errado, as pessoas irão criticá-lo severamente, provavelmente haverá agravação dos problemas raciais nos EUA e novamente o poder republicano - religioso, tradicional e hipócrita - retomará a Casa Branca; se por outro lado, der certo, se acontecer esse "milagre" esperado pelas pessoas, Obama também será criticado, desta vez por fanáticos cérebro de amendoim, cuja alegação será de que Obama é na verdade o anticristo, que trás enganação aos povos. E assim as coisas continuam. Observe que nas duas consequências, há sempre o mundo místico e ilusório por de baixo dos panos, ou descoberto mesmo, escancarado.

O homem sempre está inconformado. Será que ele é inconformado pois não encara a realidade ou não encara a realidade pois é inconformado? É muito mais fácil depositar as esperanças e anseios nas coisas que não são terrenas. É mais fácil justificar que no fim o segredo é aguentar as coisas aqui que depois, na ló céu, tudo será repleto de glória e júbilos, do que arregaçar as mangas e ir para a luta.
É mais fácil esperar que um homem, igual a todos nós, faça um milagre, mágica, salve o mundo da crise, da fome, da guerra, da corrupção, do efeito estufa, da invasão alienígena, do diabo, faça todos prosperarem, traga paz, enquanto ficamos torcendo, animadamente e esperançosos por isso. É mais fácil esperar um príncipe encantado. É mais fácil rezar e pedir um emprego do que ir de porta em porta em busca de uma ocupação. É mais fácil acreditar na divina providência, criar saídas místicas que nos mantenham "satisfeitos" com nossa incapacidade e esmorecimento e que não forcem a ter que ir atrás para conseguir. É bom acreditar que a minha vida é desse jeito porque deus quer e não porque sou um incompetente, miserável, medíocre. A Verdade dói. realidade dói.

Quando se busca, ou se consegue ou não. Porém muitos não aguentam o NÃO. E o não é a metade das possibilidades do mundo real.
Não existe recompensa no mundo, a não ser aquela que você faz para si próprio. Ser um bom garoto não vai evitar com que eu morra em um assalto. Fazer bem para o vizinho não vai me garantir saúde. Se quer algo, vai ter que ralar muito. Satisfação pessoal, não recompensa.
Então, para que vou viver a realidade, dura e injusta, se tenho uma opção de viver um mundo que me oferece nada e consigo viver com isso? Depois dizem que é impossível para o homem viver com nada! Mas a maioria vive! Nada de sentido, nada de realidade.