terça-feira, 28 de dezembro de 2010

No íntimo da escuridão


Eu considero a "fossa" o momento mais criativo de um ser humano. É vagando pela escuridão que conhecemos nosso verdadeiro "eu", encaramos os medos, mergulhamos nas aflições e intensificamos as sensações. O mundo sombrio exacerba nossos sentidos a extremos e parece que atingimos um nível de consciência e percepção não disponíveis em períodos de "calmidão". Uma fossa faz bem de vez em quando. Apesar de desagradável, pode-se obter coisas "boas" deste momento. Acho a escuridão atraente. Calma, não sou fã do sofrimento. Detesto atravessar esses dias tempestuosos, mas já que somos lançados algumas vezes ao limbo, por que não tirar proveito disso? Meus álbuns musicais preferidos são os deprimentes... Radiohead, Mariah Carey, Amy Winehouse, Bjork... Meus filmes preferidos e seriados são em sua maioria dramáticos... Apesar da dureza de encarar a realidade, de revirar as entranhas, é confrontando os problemas que adquire-se crescimento.
Um exemplo do "encanto" da fossa... Todos conhecem a cantora Rihanna. Um pop básico. Mas foi só depois sofrer violência doméstica com exposição intensa da mídia que a cantora subiu no meu gosto, porque fez um álbum sinistro, sombrio, nada comercial, arriscado... Rated R, um disco fascinante, ousado e abusado. Foi só mergulhando na fossa que ela se mostrou mais do que uma cantora genérica.
Não estou na fossa. Sinceramente passei desta fase, entretanto isto não me limita a escrever sobre o tema. Como comentei acima, não é uma fase agradável. Acho que tirei proveito o máximo que pude e agora é voltar para a calmidão. Vou trocar a minha setlist para algo mais, digamos, fútil, simples, divertido e fácil.

Mas para quem curte, recomendo:

RADIOHEAD: JIGSAW FALLING INTO PLACE

RIHANNA: LAST SONG

MARIAH CAREY: OUTSIDE

SIA: BREATH ME

PRINCE: PURPLE RAIN

SHAKIRA: LO QUE MÁS

Boa diversão ;)

Sai o Sol


Essas semanas sem te ver
Pareceram anos
Tanto eu quis te beijar
Que me doem os lábios

Olha o que o medo nos fez
Cometer idiotices
Nos deixou surdos e cegos
Tantas vezes

E um dia depois da tempestade
Quando menos você pensa sai o sol
De tanto somar perde a conta
Porque um e um nem sempre são dois
Quando menos você pensa sai o sol

Chorei para você até extremo
Do que era possível
Quando eu acreditei que era invencível

Não há mal que dure cem anos
Nem corpo que aguente
E o melhor sempre espera adiante

Composição: Shakira

Move On

Seguir em frente
Sempre adiante
Seguir as trilhas...
Andar, andar, andar...
Perder, perder, perder...
Chorar, chorar, chorar, chorar...
Sofrer, sofrer, sofrer, sofrer...
Sorrir...
Seguir em frente
Sempre adiante...

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Borboleta


Quando você ama alguém tão profundamente
Eles se tornam parte de sua vida
E é fácil sucumbir a medos opressivos internos
Cegamente eu imaginei
Que poderia te manter dentro de um vidro
Agora eu entendi que para ter você
Eu preciso abrir minhas mãos
E ver você subir

Abra suas asas e prepare-se para voar
Porque você se tornou uma borboleta
Oh, voe livremente rumo ao sol
Se você voltar para mim,
Nós verdadeiramente éramos para ser
Então abra suas asas e voe
Borboleta

Eu aprendi que a beleza
Tem que florescer na luz.
Cavalos selvagens devem correr livres
Ou seus espíritos morrem.
Você deu-me a coragem
Para ser tudo aquilo que eu sempre quis
E sinceramente eu sinto que o seu coração irá
Conduzí-lo de volta para mim quando você
Estiver pronto para pousar

Eu não posso fingir que estas lágrimas
não estão caindo sem parar
Eu não posso evitar essa dor
Que está me consumindo
Mas eu suportarei e direi adeus
Porque você nunca será meu
Até que você aprenda a voar

Assim tremule pelo céu
Borboleta
Abra suas asas e voe
Borboleta

Fato!

Composição: Mariah Carey

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Ser realista


Ninguém foi consultado se gostaria ou não de nascer e consequentemente viver. Entretanto não é por isso que a vida será amenizada. Pelo contrário, ela é implacável. Perdas, injustiças, danos, alegrias, prazeres, decepções, rompimentos... Tudo isto faz parte da história de cada um e depende de nós a decisão de como administrar este fluxo de acontecimentos. Perdoem-me aqueles que pensam que quero tecer fundamentos de auto-ajuda. Longe disso. É mais um desabafo. Otimista, pessimista ou realista, depende do ponto de vista pessoal. Só sei que a vida é cruel, mas nem por isso totalmente hedônica. É aquele típico "Faz parte" que ouvimos constantemente. Alguns levam as decepções e empecilhos como pontos negativos, exclusivamente. Para outros, oportunidades de crescimento e evolução. E existe o terceiro grupo, o do "tanto faz". Este grupo nos permite outra subdivisão: os indiferentes e os realistas. Para aqueles não importa o que está acontecendo já que não estão conectados a algo. Minto, estão sim, ligados unicamente à deriva do tempo, caminhando "conforme a música". Já o outro sub-grupo, formado pelos realistas, coisas boas e ruins estão embutidas inevitavelmente em nossas vidas. Estes não chegam a ser indiferentes ou pessimistas, pois não desistiram de viver, porém não são otimistas, já que estes costumam olhar (talvez mascarar) tudo com o lado positivo e bom das coisas. O realista não nega o bem e o mal. Mas não assume lados, já que seria impossível tomar partido de algo que se relaciona de maneira complementar, cuja existência de um está ligada diretamente ao outro. Seria impossível dividir as coisas em apenas dois lados. O mundo é muito mais complexo do que isto.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Análise do jogo Final Fantasy XIII





A série Final Fantasy conquistou seu espaço no mundo dos games graças à qualidade atribuída aos games da franquia, com uma produção muito competente, que se tornou marca registrada ao longo dos 12 episódios principais da série de RPG. Belos gráficos, trilha sonora marcante, enredo envolvente, personagens carismáticos e marcantes, mundos únicos, sistemas de batalhas criativos e divertidos, side quests e muitas horas de diversão. Final Fantasy é reconhecido por este conjunto da obra, difícil de encontrar em outras séries de RPG. Ao longo dos anos, o mercado passou por mudanças, assim como os jogadores, e por isso muitas séries deixaram de existir por não aderirem ao novo gosto dos consumidores, e outras sofreram mudanças e se mantiveram no mercado, muitas vezes desagradando velhos fãs e conquistando outros novos.
Poucas séries podem dar-se ao “luxo” de comemorar 20 anos de sucesso e Final Fantasy é uma destas poucas. O primeiro foi lançado no ano de 1987 e 23 anos depois, chega à décima terceira edição, ainda causando e batendo recordes de vendas. Este é o “Fenômeno Final Fantasy”. Mas será que esta edição continua a manter a “magia” responsável por todo esse sucesso da franquia? Será que Final Fantasy XIII é capaz de agradar os fãs antigos e absorver novos fãs? Espero que esta review possa ajudá-los a encontrar a resposta.

Não vou discutir muitos detalhes do enredo ou de como funciona o sistema de batalhas, pois já foi extremamente bem descrito pelo Reiki ao longo deste tópico. Meu objetivo é mostrar alguns detalhes que julgo importante para o fator final, aquele onde você agrega o valor final ao jogo, desde o “terrível” ao “marcante” e assim contribuir com o tópico. Não esqueçam que trata-se da minha opinião e tento ser o mais coerente possível.

Gráficos
A primeira coisa que chama atenção em FFXIII são os gráficos. Estes estão belíssimos e mesmo com certas texturas não tão impressionantes assim, a direção de arte é de muito bom gosto o que é responsável por cenários belíssimos, com alto nível de detalhamento e efeitos. Um dos poucos jogos que me fizeram parar para observar e apreciar a paisagem, ou até mesmo tentar diferenciar certas cutscenes de reais ou Cgs. Falando em Cg, estas continuam fantásticas, tanto em conteúdo quanto em qualidade técnica. Porém, o maior destaque fica por conta dos personagens. O nível de detalhamento é absurdo e a animação beira o natural. Aqui temos pele com manchas, vasos superficiais, linhas de expressão, marca dos ossos, além da expressão facial bem caracterizada. Além disso, a textura dos personagens está perfeita, e apesar de algumas mãos meio quadradas aqui e acolá, o nível de movimentação e detalhes se aproximam da perfeição, sem exageros. A câmera é um pouco confusa, porém nada que atrapalhe. Na maior parte do tempo ela é semi-livre, pois permite ver a maior parte do cenário, mas na maioria deles, você não consegue ver o teto, por exemplo. Já nas batalhas, a câmera é muito dramática e garante ângulos impressionantes das lutas, porém se foca mais no líder.

Som
A trilha sonora, elaborada pelo talentoso Masashi Hamauzu, pode ser considerada a melhor da série, também sem exageros e sem desmerecer o mestre Nobuo Uematsu. É extremamente variada, moderna, mas sem perder o tom épico. Você vai encontrar aqui desde rock e eletrônico até jazz, blues, bossa nova e ópera! Além disso, o tema de batalha é o mais empolgante já produzido na série e o game ainda conta com inúmeros e divertidos temas de chefe. Os efeitos sonoros também são ótimos e contribuem muito para aquela deliciosa confusão na hora da batalha.

Enredo
O enredo de Final Fantasy XIII tem dois grandes prós e dois contras. Por conta dos prós, o enredo é muito significativo, mas a presença de certas falhas impede com que este seja perfeito, mas longe de ser ruim, aliás, bem longe.
Vamos falar primeiro dos prós. Uma das melhores coisas neste enredo é a narrativa, impetuosa, e que se foca não em salvar o mundo ou lutar contra alguém megalomaníaco e sim na sobrevivência. O que ajuda na narrativa são os personagens - o segundo fator positivo. São os melhores da série, sem dúvida. Eles possuem uma causa real, não são exagerados, e até seus dramas são compreensíveis. Assemelham-se a pessoas normais. O dilema na qual eles se encontram promete grandes momentos. Além disso, a narrativa se volta para a relação entre os personagens, por isso, embora Lightning seja a protagonista título, os seis são praticamente os protagonistas do FFXIII.
Porém, como nada é perfeito, o enredo tem duas falhas aparentes. Primeiramente, a tão elogiada narrativa, acaba funcionando como uma faca de dois gumes. Ao mesmo tempo em que ela se foca nos personagens, acaba por não dar atenção devida aos npcs e a alguns detalhes da trama. Os npcs poderiam ser os melhores da série, as cenas em que aparecem são ótimas, mas não são explorados ao nível que mereciam. A trama acaba ficando com alguns buracos, deixando a sensação de que poderia ser explorada mais. Porém, o resultado final permite um enredo intenso, frio, e com muita coisa nova na série, apesar de alguns clichês.

Jogabilidade/Diversão
Assim como o enredo, aqui temos alguns prós e contras. O sistema de batalha, à semelhança do enredo, também é ágil e brutal. As batalhas são divertidíssimas, cheia de detalhes e estratégias. O problema é que se pode levar horas até conseguir ordenar na sua cabeça toda aquela bagunça. Porém, após esta fase, esta bagunça toda acaba se tornando muito divertida e coerente. Apesar de não poder movimentar os personagens nos cenários, a forma como eles se movimentam, a posição, a hora de atacar e como atacar faz toda a diferença no campo de batalha. As batalhas são bem realistas e estratégicas, e a IA dos outros sois personagens é bem eficiente e observá-los ajuda muito para aprender novas estratégias. O legal é que mesmo depois de dezenas de horas de jogo você vai descobrir um método ou movimento novo. As batalhas contra os chefes são épicas, as melhores de toda a série, e exigem pensamento rápido. Você vai gritar, xingar, vibrar, torcer, sorrir. São muito divertidas.
O sistema de evolução pelo Crystallium é parecido com o FFX, porém você tem vários “tabuleiros” para cada personagem e cada personagem tem um caminho diferente, mesmo para a mesma role, o que garante personagens únicos. Além disso, mesmo que você evolua bem, os níveis do Crystallium são liberados por capítulo, o que te impede de ficar super forte, contribuindo para a tensão nas batalhas difíceis. Nesta hora que o lado administrador entra, ao usar o sistema de Reforma de Armas e Acessórios, que exige saber escolher qual arma/acessório evoluir, como e com quais itens, já que dinheiro aqui é lenda.
Mas como nada é perfeito, existem também problemas. O jogo é linear sim, como todo FF, só que mais ainda. Os cenários são longos e cheios de itens. O problema não está nisso, pois até ajuda na confecção da narrativa. O que atrapalha é que o ritmo frenético acaba cansando em certas partes, exigindo um pouco de paciência para passar alguns capítulos. Porém logo você chega em Pulse e tem um cenário gigantesco, aberto e extremamente bem ambientado. Aqui você pode procurar itens, desenterrar tesouros com o Chocobo e lutar contra as 64 missões, além de tentar a platina. Porém, a não ser que você queira platinar o jogo, não há muito que fazer de extra. A maioria das missões explora pouco o sistema de batalhas e em muitas delas são inimigos que você já encontrou por aí. Não são tão divertidas como o do FFXII, mas ainda sim são legais. Além disso, achei meio ridículo o sistema de conseguir as armas finais, já que você depende muito mais da sorte para conseguir os itens raros e caríssimos, um bom desperdício do nosso tempo neste quesito, que poderia ser mais bem aproveitado.

Por fim, FFXIII adicionou grandes mudanças na série, principalmente a narrativa. É dela que provém a maioria dos acertos e quase todos os erros. Foi uma idéia interessante, que pode ser novamente utilizada em outro game, porém com algumas modificações. Trata-se de um grande game, belos gráficos, ótima trilha sonora, sistema de batalha divertido e viciante, além de um grande enredo e personagens excelentes. Tinha tudo para ser o melhor, mas encontrou algumas pedras nos caminhos. Os erros não desmerecem o game, mas faz com que este perca um pouco da magia, que pode influenciar em muitos fãs mais intolerantes e menos suscetíveis a mudanças. Ainda sim, é digno de levar o título de FF e já está entre meus preferidos. O replay é alto, pois leva todos os fatores em conta, principalmente rever as cenas e cenários e as lutas, porém peca na parte de extras. Ainda sim, parabéns mais uma vez a Square Enix, dando novo rumo à série, fator fundamental por mantê-la viva até hoje.