segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Êxtase

Hoje chorei. Chorei de alegria. Alegria porque um dia vamos morrer. Calma, calma, não estou feliz pela morte. Mas é que isso me fez refletir que só vivemos uma vez, fato! Reencarnação, céu e/ou inferno são especulações, maneiras que os homens encontram para aliviar a idéia de finitude da vida. Pensar que não somos eternos é uma idéia desconfortante. Mas acredito que a idéia de vida após a morte só piora a situação. Já que a vida é finita, temos é que vive-la, aproveitá-la e não ficar esperando para viver após morrermos. Após a morte não vem a vida. Independente do que acontece no pós morte, serác ompletamente diferente do que temos HOJE. Então vamos falar sobre o hoje.
Não sei por que existe vida. Mas, independente disso, temos que viver, eu acho, pelo menos. Muitos nascem e morrem todos os dias. Ciclo da vida, não? Mas quantos descobrem ou procuram ao menos a "razão de viver"? Quantos dão sentido às suas vidas? Não sei se isso é certo ou errado, mas hoje achei minha razão de viver: a busca por momentos "vale a pena viver por isso". Por uma música, por um filme, por uma comida, pelo céu, por um sorriso, por uma emoção, por descobertas, por um amigo, por um amor... Cada vez que, em algum momento da minha vida ,eu penso "valeu a pena viver para presenciar esse momento" sinto que vale a pena suportar todos os outros dias ruins. A vida é cruel, dura, e a maior parte dos dias é difícil, mas se ao menos uma vez no ano eu entrar no estado de êxtase ao sentir gratidão e prazer em presenciar o momento "vale a pena", esse ano já terá valido muito a pena.
Daí percebi que dá para ter mais momentos desses. É só parar para observar e deixar os 5 sentidos capturarem essas sensações. Ser feliz é fácil. Estar vivo já é um milagre. Fique feliz por isso, porque, por mais ruins que possam ser nossas vidas, no fim ninguém quer morrer. Medo do desconhecido? não. É que consciente ou inconscientemente, viver é muito bom.

Não quero soar como auto-ajuda. Detesto isso. Perdoem-me se pareceu a intenção. Não foi. Só quero compartilhar. Posso dizer que essa sensação de "êxtase" é muito boa: Descobrir que você não é nada para o mundo, mas ele é tudo para você.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Saudades e esquecimentos


Não sou daqui... Nunca fui, apesar dos 14 anos aqui vividos. Mas meu coração nunca foi deste lugar, minha alma nunca pertenceu à essas terras, minha mente nunca aceitou as leis daqui...
Parece que estou sendo punido de alguma forma, talvez pela repulsa que tenho pelo lugar. Pessoas que eu amo me arrastaram até aqui, mas não sinto o retorno. Estão todos ocupados, sumidos... Passarei mais uma noite sozinho aqui, nesta terra onde não consigo fazer NADA da minha vida comum. Internet é terrível, tv podre, cidade muito quente, povo estranho, tédio, tédio, tédio... E cadê as pessoas que amo neste cidade? Estou sendo egoísta? Mas eu gostaria de algum momento para mim. Estou aqui por eles...
Mas de alguma coisa essa viagem valeu... sinto tua falta, muito. Vi o quanto és importante para mim. Falta de teu corpo, de tua voz, de nossas conversas, do simples silêncio ao teu lado. Sinto muito ter deixado problemas da minha cabeça impedirem com que eu aproveitasse mais tua companhia. Mas agora eu te quero, mais do que nunca. Quero dizer mais vezes o quanto adoro você. É só tua imagem que vem a minha mente, é de você que eu preciso. É você que me dá sentido.
O tempo que eu precisava para pensar, para por as coisas no lugar, já foi utilizado. Agora quero o mais rápido possível voltar para os teus braços e levar a MINHA VIDA REAL. Minha vida não pertence mais aqui, nem um pouco. E os poucos laços que me mantinham aqui estão se disfazendo...

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Back to past...


Domingo estarei em Macapá, Amapá, a cidade onde passei a maior parte de minha curta e insignificante vida, aos olhos do mundo, mas tão importante e relevante para mim. Desde que saí de Macapá para me aventurar na "temperada" Curitiba, retornei à cidade 3 vezes (2005,2006,2007). Logo acontecerá o quarto retorno. Mas desta vez será diferente... Será um retorno diferente...
Sem dúvidas sou um novo homem... Sou um homem. Irei visitar Macapá como um homem.
Penso na criança que saiu da saia da mãe aos 17 anos e resolveu embarcar em uma cidade nova, desconhecida, em busca dos sonhos. Também penso no homem de hoje, que volta a terra que o acolheu por 14 anos, na ansiedade de reencontrar amigos e familiares que não são vistos a quase dois anos. Então, tento imaginar o buraco, enorme e profundo, que distancia e separa essas duas pessoas... No que aconteceu e transcorreu para que essa criança virasse esse homem.
Abandonei Macapá por vários motivos. A desculpa principal foi: em busca de estudos, de uma formação acadêmica de qualidade. Mas por de trás disso, há muita história. Macapá significa muita coisa para mim. Representa erros que cometi, representa um Lauro que tinha vergonha de si mesmo. Vergonha de sua pessoa, de sua vida, de seu corpo, de seus erros, de sua falta de conquistas, dos sonhos distantes. Os anos que passei em Macapá poderiam ser os anos em outra cidade, que proporcionasse oportunidades. Essa Macapá, é a Macapá da separação dos meus pais, das dificuldades que passei, da minha mãe que lutou e ralou muito para dar a melhor vida possível para mim. Nesta cidade eu cresci, conquistei, fui o melhor aluno dos colégios que passei, do pré ao 2º ano, e me orgulho muito disso. Melhor ainda é ver meus pais se orgulharem disso, principalmente minha mãe, que viu seu esforço valer a pena.
No Amapá eu tomei decisoes importantes, mudanças, quebras e com isso surgiu marcas e na busca de esquecê-las corri para Curitiba, o mais longe possível que consegui daquele lugar. E prometi voltar mudado, diferente.
Não fui infeliz em Macapá. Tive uma infância muito boa. Só que sinto que meu potencial foi contido.
Nas três primeiras vezes não consegui, embora eu já estive no processo de maturação e mudanças. Porém, desta vez será diferente. Sou uma nova pessoa. E não falo só pelos 18 quilos que ganhei, pelo quanto que eu cresci e amadureci. Sou um homem marcado, não sou mais aquele menino que chegou com um sotaque carregado e morrendo de medo do desconhecido. Conheci o lado mais cruel do coração humano, mas também conheci o lado mais bonito.
Desta vez não estou com medo de voltar. Não tenho medo de ser julgado. Desta vez cumpri com o prometido. No fim, eu não fugia de Macapá e sim fugia de mim mesmo. Hoje consegui contruir uma nova vida, alicerçada em coisas boas. Não é uma vida perfeita, mas me orgulho muito dela, do suor que foi levantá-la. Agora está na hora de encarar o passado e dizer para aquele menino sonhador e inconformado, que o futuro dele será brilhante.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Desinspiração inspirante


Sabe aquela vontade de escrever, de dialogar sobre algo, seus dedos chegam até a coçar, mas quando você senta na frente do pc... a inspiração não vem. Não que não tenham acontecimentos na minha para relatar. Pelo contrário. Minha vida, como sempre, é repleta de acontecimentos, bons e ruins, altos e baixos, no estilo montanha-russa. Por um lado, agradeço pela forma como ela se desenrola. Monótona definitivamente ela não é. E apesar das inconstâncias, considero-me um cara feliz.

Mas pensando sobre os motivos da falta de inspiração, posso citar alguns: stress acumulado, que, nesse altura, dado ao acúmulo de stress durante o ano, causa o chamado "estupro mental" como diria o Eduardo, um amigo meu; Ansiedade pela viagem ao Amapá, pare rever amigos e familiares que não vejo à 2 anos; Alguns probleminhas pessoais que não há necessidades de serem citados, dentre outras coisas a serem elencadas.

Porém, acredito que a principal causa é a "falta de fossa". Isso mesmo. Para mim, é muito mais fácil escrever sobre coisas ruins, já que meu maior crescimento se deu durante um período bem negro, a chamada "Era das Trevas Lauriana". Antes que pensem que sou uma pessoa doente ou que gosta de sofrer, deixe-me explicar... É que, como dito mais acima, apesar de algumas coisas, sou um cara feliz. E por estar feliz, há um medo grande de que essa felicidade se vá. Daí, fica o receio de registrar nas páginas e conversas, essa felicidade. Porque eu não sou o tipo de cara que gosta de se apegar as coisas e depois perder. Quando eu me apego, eu apego mesmo!!! Então prefiro manter só para mim, longe dos olhos destruidores e dos coiotes famintos. Mantenho só para mim pois caso dê errado, não haverá ninguém me cobrando, ou me lembrando que aquilo se foi. Pois eu lembro que uma vez, quando minha felicidade foi tirada, voltar a realidade e construir tudo de novo foi muito difícil, ainda mais quando "aquela" vida passava como um filme na minha cabeça, várias e várias vezes.

Pensando por um lado, reconheço que estou sendo covarde. Estou com medo de ser feliz. Logo no momento da minha vida onde tudo está bem, onde me sinto mais próximo do equilíbrio. Sim, eu preciso de equilíbrio para ser feliz. Todos precisamos.

QUER SABER, VOU VIVER MINHA FELICIDADE. VOU APROVEITAR. E VOU ESCREVER SOBRE COISAS BOAS!!!

E no fim, até que escrevi muito para um homem desinspirado... Inspiração é interna, não externa.

Eu sou feliz!