quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Maratona Oscar: Frost/Nixon

Indicações ao Oscar 2009:
Melhor Filme
Melhor Diretor: Ron Howard
Melhor Ator: Frank Langella
Melhor Roteiro Adaptado
Melhor Edição

Frost/Nixon tem como ponto de partida o escândalo do Watergate, em 1972, quando o governo republicano do presidente Richard M. Nixon autoriza implantar escutas no prédio Watergate, onde trabalhavam democratas. O intuto era espionagem, envolvendo assuntos relacionados a guerra do Vietnã, e atender certos interesses. Acontece que as fitas das escutas vazaram e uma série de punições sucedeu-se, culminando no impeachment do presidente Nixon.
Quase três anos depois, Richard Nixon deu sua primeira entrevista após a renuncia, e escolheu o apresentador britânico David Frost como seu entrevistador. A trama do filme gira em torno dos bastidores e das gravações das entrevistas do programa.
O que impressiona no filme de Ron Howard é o rigor técnico. O filme, em alguns momentos, torna-se um documentário, com opiniões e desabafos dos personagens a respeito da entrevista. O longa, como um todo, é uma mistura de filme/documentário, transmitida de uma forma brilhante pelas experientes mãos de Ron Howard. O roteiro é assinado por Peter Morgan (A Rainha), e por tratar-se de um drama sem cenas de ação, o clímax são os diálogos e discussões entre Frost e Nixon. Tanto apresentador quando ex-presidente têm muito a ganhar e a perder conforme o desenrolar das entrevistas e por isso, as cameras transmitem não só uma tentativa de se entender o que realmente aconteceu no escândalo, mas também uma batalha de ego entre dois homens que têm muito em comum, apesar das divergências.
As atuações são ótimas e graças as performances de Frank Langella (Nixon) e Michael Sheen (Frost), o confronto e o interesse dos dois personagens são o que sustentam e exaltam a trama. Frank faz um convincente e rígido Nixon, enquanto Michael transparece a irreverência do apresentador Frost. O desenrolar dos acontecimentos reais, mais especificamente das entrevistas, culminaram em um dos momentos mais marcantes da televisão e da política americana.

Com muita técnica e roteiro inteligente, Frost/Nixon é um grande candidato às estatuetas e principalmente, um ótimo filme, com qualidade e conteúdo. Um filme difícil, que a maioria passará batida, mas muito satisfatório para aqueles que se dispuserem a assistir.

NOTA: 9,0

Maratona Oscar


O primeiro trimestre de cada ano é o melhor período para fãs de filmes mais, digamos, com conteúdo e com uma abordagem menos blockbusters. E boa parte desses grandes filmes são os que compõe a lista de indicados ao Oscar. Embora não tenha mais o mesmo rigor que antes, o Oscar ainda é o prêmio mais importante do cinema americano e por mais que muitos torçam o nariz, acabam ao menos torcendo para que seu filme e/ou ator preferido leve a estatueta para casa.

Acompanhando a tradição do Oscar, tenho minha própria tradição, "A Maratona Oscar", onde procuro assistir os candidatos a melhores filmes e melhores performances principais e coadjuvantes, além dos roteiros. É uma oportunidade para assim assistir a cerimônia com mais emoção, estando por dentro das indicações e torcendo pelos meus favoritos. Além disso, embora muitas vezes os vencedores não sejam os ideias, os indicados, em sua maioria, são ótimos candidatos, logo acabo vendo ótimos filmes. A lista do Oscar facilita minha escolha, diante de inúmeros filmes disponíveis mensalmente.

Então vamos lá. Da lista, assisti três já (Frost/Nixon, Batman e O Curioso Caso de Benjamim Bunton). Faltam 11!!! Aos poucos vou colocando minhas opiniões sobra cada filme. Até breve!


quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Para além do bem e do mal


Era uma vez um garoto sonhador, que cresceu em um mundo controlado por um deus muito bondoso, mas que mandava para o inferno eterno todos aqueles que o desobedeciam. Esse deus havia criado tudo que cercava essa criança, todas as coisas. "Mas se deus criou todas as coisas, quer dizer que as coisas ruins também foram criadas por ele?" questionava sempre o menino. "Não, quem criou as coisas ruins foi o inimigo do deus" respondiam muitas pessoas "entendidas" do assunto. "Ok. As coisas ruins vêm do inimigo. Mas deus não criou ele também?" Nessas horas sobrancelhas da repreensão terminavam com a conversa.
E assim sucedeu-se. A criança foi crescendo neste mundo, seguindo os princípios deste deus, para no fim, não cair no inferno, um lugar terrível e de muito sofrimento. Anos se passaram e a criança, agora adolescente, encontrou uma forma confortável de lidar com isso, embora algumas coisas ela não entendesse. Desde muito novo, o menino tinha sonhos, sonhos grandes, mas que iam de encontro às vontades do bondoso deus. O que fazer com isso? Será que os sonhos não fazem parte do fenótipo da criança? Não seriam esses sonhos resultados da combinação de genes herdados? "Não. esses sonhos são vozes do inimigo".
Apesar disso, a vida do jovem garoto não deixava de ser uma aventura. Uma luta constante contra seres do mal, que tentam possuir teu corpo e destruir tua vida... vai dizer que isso não é excitante? Tá certo que o menino não podia controlar os elementos da natureza, nem levitar, mas podia dissipar as trevas com o poder da oração. O clássico priest.
Por mais alguns anos, a função de priest foi exercida e a luta contra o mal continuou. O garoto fazia parte de um grupo de soldados da luz que se reuniam para lutar contra o inimigo.
O mundo ao redor do jovem não importava. Ele não tinha muitos amigos, pois a maioria estava possuida pelas trevas. Trevas atraem trevas. Ele vivia num oasis, cercado por um gigantesco e árido deserto, que transpassava o horizonte. A vida no oásis era boa, mas não era suficiente. Talvez não houvesse nada além do deserto. Além do mar de areia, segundo a lenda, residia o reino das trevas. Muitos diziam ter ido até lá. Alguns voltaram com vida. Outros infelizmente não tiveram a mesma sorte. Mas não importava. Ele queria saber o que havia depois desssas terras. Ele não se conformava só com aquilo.
E então, em um ato de coragem e rebeldia, o garoto abandonou a terra abençoada e seguiu rumo ao desconhecido. Era claro, para os outros priests, que ele não ia resistir, que seria devorado pelo fogo. Mas ele não se importou e caminhou.
Durante anos, apenas caminhou no deserto aparentemente infinito. Não foi fácil. Calor durante o dia, frio durante a noite, criaturas perigosas e muitos saqueadores e enganadores. Mas o garoto não desistiu. Já não dava para voltar ao oásis. E continuou a andar.
E assim a aventura, do agora homem, continua, em busca do mundo além das areias. Ele tem esperanças. Não encontrou algum paraíso, mas também não avistou a torre do senhor das trevas. E embora tortuosa, ele se sente livre, capaz, maior e mais poderoso do que antes, pois ele conquistou sua liberdade, o poder de voar, não entre as nuvens, mas para além da imaginação, para além das amarras, na tentativa de encontrar o caminho para além do bem e do mal, pois tanto o bem quanto mal atrapalharam o jovem, durante muitos anos, a explorar o mundo real.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Feliz Mesmo Ano!


É janeiro, mês das resoluções, das novas oportunidades, do tentar de novo. Começa um novo ciclo, mas que na verdade não passa da boa e velha rotina. Gostamos de mascarar essa rotina, acreditando em novas oportunidades, que esse ano as coisas irão ser diferentes, promessas são cumpridas, para depois serem quebradas... "Segunda começo a dieta, eu prometo!" "Depois do carnaval vou me endireitar" "prometo estudar mais esse semestre" " Deste ano não passa meu curso de inglês!" E por aí vai.
Janeiro, sonhos aumentados, vontade revigorada, erros perdoados. Mas então vem fevereiro, março, abril... O tempo vai passando, as frustrações vão surgindo e quando percebe-se já é dia 31 de dezembro novamente...
Por que fazer promessas se sabemos que não vamos cumprir? Sei que faz parte de um ritual, mas já sabemos o resultado. Não estou querendo ser pessimista, mas pare e pense, quantas resoluções você cumpriu em sua vida?
As pessoas então desejam: Feliz Ano Novo! Paz, saúde, felicidades, amor, prosperidade!! Mas alguém por acaso deseja: Que neste ano você se liberte dos velhos costumes, alcance novos patamares, evolua como pessoa, cresça, siga para além do bem e do mal???
O segredo não é que você faz e sim o que você é. Não adianta querer fazer algo que sua pessoa não permite! EVOLUA! Liberte-se! Cresça! Busque desenvolvimento pessoal! Não permaneça na ignorância, pois é ela que nos atrela a mesmice. Perda as vendas que te cegam e permita-se ver um novo mundo, ver um novo ano! Que neste ano, você almeje, dentre vários coisas, evoluir como pessoa e sair da lama da ignorância. É isso que desejo a todos!